G7: Lula faz discurso crítico e defende representatividade global
Presidente aborda a necessidade de reformas institucionais e destaca questões sociais e de segurança alimentar
Foto: Ricardo Stuckert
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez seu primeiro discurso na cúpula do G7 ao lado do presidente americano, Joe Biden, na tarde deste sábado, durante a sessão "Trabalhando juntos para enfrentar múltiplas crises".
Em sua fala, Lula fez críticas ao próprio G7, ressaltando que a solução para as ameaças sistêmicas atuais não está na formação de blocos antagônicos ou em respostas limitadas a um número reduzido de países. Ele enfatizou a importância de atender às preocupações dos países emergentes e de garantir sua adequada representação nos principais órgãos de governança global, como o Fundo Monetário Internacional e o Conselho de Segurança da ONU.
Lula também abordou a crise argentina, destacando que o endividamento externo, que afetou o Brasil no passado e hoje assola a Argentina, é uma causa de desigualdade e requer uma consideração das consequências sociais das políticas de ajuste por parte do FMI.
Após o discurso, a sessão de trabalho resultou em um comunicado sobre a crise de segurança alimentar, assinado pelos líderes dos países-membros do G7 e convidados, incluindo o Brasil. O texto foi negociado pela chancelaria brasileira para buscar neutralidade.
O comunicado destaca ações a serem tomadas em cooperação com a comunidade internacional para fortalecer a segurança alimentar global. Os líderes expressaram apoio a uma paz justa e duradoura, com base no respeito ao direito internacional, aos princípios da Carta da ONU e à integridade territorial e soberania. Entre as medidas, destacam-se o apoio à exportação de grãos da Ucrânia e da Rússia, a recuperação do setor agrícola ucraniano e a assistência humanitária multissetorial a regiões com níveis de emergência de insegurança alimentar aguda, como o Chifre da África.
O discurso de Lula trouxe à tona importantes questões de representatividade global e políticas sociais, contribuindo para a discussão sobre as crises enfrentadas atualmente e a busca por soluções que atendam às necessidades de todos os países envolvidos.