Gaza: ONU condena ataques a hospital que causaram cinco mortes, incluindo recém-nascido
Pessoas clamam por comida na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza
Foto: Unicef/Abed Zagout
A Organização das Nações Unidas (ONU) condenam uma série de ataques aéreos e mísseis, na terça-feira (2), que atingiram residências e edifícios públicos em Gaza e resultou em cinco mortes, incluindo um bebê de cinco dias. Entre os alvos impactados está o hospital Al-Amal em Khan Younis, notadamente marcado com o logo do Crescente Vermelho Palestino, onde aproximadamente 14 mil pessoas buscavam abrigo.
A líder de equipe do Escritório de Assuntos Humanitários da ONU na região, Gemma Connell, destacou em sua rede social que "nenhuma criança no mundo deveria ser morta, muito menos aquelas que estão sob o emblema de uma organização humanitária; isso precisa acabar".
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesus, também condenou os ataques, lamentando os danos ao hospital Al-Amal e ao centro de treinamento da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino, ambos localizados no mesmo complexo hospitalar.
Tedros descreveu o episódio como "inconcebível" e reiterou a necessidade de um cessar-fogo imediato, ressaltando que o sistema de saúde de Gaza está exaurido, prejudicando os esforços de profissionais de saúde e trabalhadores humanitários para salvar vidas devido à constante violência.
O mais recente relatório do Escritório de Assuntos Humanitários da ONU descreveu um "pesado bombardeio israelense por ar, terra e mar" em grande parte da Faixa de Gaza, juntamente com contínuos disparos de foguetes em direção a Israel pelas forças armadas palestinas. Confrontos no solo foram relatados ao sul de Khan Younis, além de "fortes ataques" na cidade de Gaza ao norte.
O relatório também destacou múltiplas fatalidades em áreas para onde os palestinos se realocaram, seguindo ordens das forças israelenses para se moverem do norte de Gaza. Segundo a autoridade de saúde de Gaza, desde o início do ano, 207 palestinos foram mortos e 338 ficaram feridos.
Entre outubro de 2023 e a última terça-feira, a guerra causou pelo menos 22.185 mortes de palestinos em Gaza, sendo 70% das vítimas mulheres e crianças. Cerca de 7 mil pessoas estão desaparecidas e podem estar sob os escombros, de acordo com as autoridades locais. Os militares israelenses relataram que, desde o início da operação terrestre em Gaza, 171 soldados foram mortos e 983 ficaram feridos.