Gilmar Mendes diz que comparar atuação de Moraes à da Lava Jato é desespero
Jornal revelou que ministro solicitou de forma não oficial a produção de relatórios contra bolsonaristas
Foto: Reprodução/TV Justiça
O ministro do Supremo Tribunal de Federal (STF), Gilmar Mendes, defendeu, nesta quarta-feira (14), o ministro Alexandre de Moraes. O posicionamento foi feito na sessão plenária da corte e depois da Folha de S.Paulo revelar que o magistrado teria usado de maneira não oficial o Tribunal Superior Eleitoral (STF) para investigar bolsonaristas.
Segundo Mendes, não é possível comparar a maneira como o ministro investigou bolsonaristas com a Operação Lava Jato.
“Vale destacar que a situação colocada pela reportagem [da Folha de S.Paulo] em nada se aproxima dos métodos da Operação Lava Jato, como muitos querem fazer crer. Comparações desse jaez são irresponsáveis e sem a menor correlação fática. Aqui não há combinações espúrias entre promotor e juiz […]. Querer comparar os métodos utilizados naquela operação com a forma de condução do ministro Alexandre nos procedimentos em curso nesta Corte são uma tentativa desesperada de desacreditar o próprio Supremo Tribunal Federal em busca de fins obscuros”, afirmou Gilmar.
O decano do Supremo apontou ainda que a condução das investigações foi pautada na legalidade, no respeito aos direitos e garantias individuais e no compromisso com a verdade.
“Gostaria de encerrar esta minha fala, mais uma vez, me solidarizando com o ministro Alexandre de Moraes, que há muito tempo tem sido vítima de injustas agressões físicas e virtuais, não só ele, mas também a sua família, como sabemos”, declarou.
Também na sessão do STF, Moraes também comentou sobre o caso. O ministro explicou que, por ser presidente do TSE, tinha poder de polícia e não precisava oficializar pedidos para ele próprio. O ministro também destacou que todos os pedidos foram devidamente documentados, com as defesas cientes das ações.
"Seria esquizofrênico, como presidente do TSE, me auto-oficiar. Como presidente, tenho poder de polícia e posso, pela lei, determinar a feitura dos relatórios. Nenhuma das matérias preocupa meu gabinete, me preocupa", disse Moraes na abertura da sessão do STF.
Além disso, o magistrado destacou que todos os pedidos que ele fez foram documentados.