Política

Gilmar Mendes diz que Dallagnol 'já pode fundar uma igreja' após 'chuva de Pix'

Em junho, o ex-deputado publicou um vídeo, em suas redes sociais, agradecendo doações via Pix que recebeu de apoiadores

Por Da Redação
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Gilmar Mendes diz que Dallagnol 'já pode fundar uma igreja' após 'chuva de Pix'

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes afirmou que o ex-deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) "já pode fundar uma igreja" por causa da "chuva de Pix" que o político disse ter recebido após ter o mandato cassado.

A declaração do magistrado foi publicada no sábado (15), durante um evento online do Prerrogativas, grupo de advogados criado para atuar contra decisões classificadas por eles como arbitrárias no âmbito da Operação Lava Jato.

“Esses dias eu via o Dallagnol dizendo que quando saiu da Câmara e estava no avião, começaram a chover Pix. É o novo contato com a espiritualidade, a espiritualidade do dinheiro. Certamente já pode fundar uma igreja”, disse o ministro do STF.

Deltan Dallagnol publicou um vídeo nas redes sociais, em junho, para agradecer às transferências via Pix que recebeu dos seus apoiadores. O ex-deputado afirmou, na ocasião, que o ato era um gesto de "expressão de solidariedade". 

"Imaginei Deus respondendo o seguinte: quando foi que eu permiti que você e sua família fossem tocados? Quando você foi condenado a pagar mais de R$ 100 mil por conta do powerpoint, eu não fiz chover mais de 12 mil pix em menos de 36 horas na sua conta? Não foi mais de meio milhão de reais sem você abrir a boca para pedir? Quando você viu qualquer coisa parecida, homem de pequena fé? Não tema. Seja forte e corajoso", disse o ex-procurador da Lava Jato no vídeo. 

No sábado, Gilmar Mendes fez críticas ao que chamou de "modelo Moro-Dallagnol". Além da fala sobre o ex-procurador fundar uma igreja, ele citou a atuação da força-tarefa da Lava Jato como um modelo a ser evitado. "O que eu diria para as novas gerações? Mirem naquilo que não deu certo. O modelo Moro-Dallagnol deu errado. Vamos salvar o Judiciário desse grande escândalo. Não acreditem que são o quarto poder, porque não são."

O ministro também criticou as investigações em andamento sobre o fundo da Lava Jato - que reunia valores apreendidos nos casos que entraram na mira da força-tarefa. Gilmar disse que a 13ª Vara de Curitiba teria decidido sozinha o destino de R$ 5 bilhões. "Se alguém depositasse um dinheiro em uma vara, ou tivesse a conta do meu gabinete, eu diria 'não é meu (o dinheiro), não posso destiná-lo'. No limite, isso tem que ir para o cofre do tesouro. Veja, a que ponto chegamos de degenerescência", disse o ministro.

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