• Home/
  • Notícias/
  • Brasil/
  • Gilmar Mendes propõe reforma nas polícias após desdobramentos do caso Marielle
Brasil

Gilmar Mendes propõe reforma nas polícias após desdobramentos do caso Marielle

Declaração foi feita durante sessão de comemoração dos 200 anos de criação do Senado Federal, no Congresso

Por Da Redação
Ás

Gilmar Mendes propõe reforma nas polícias após desdobramentos do caso Marielle

Foto: TV Globo

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta segunda-feira (25) que a conclusão das investigações do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) representa uma “oportunidade” para discutir uma “reforma” das polícias no Brasil. O decano da Corte deu a declaração ao chegar para uma sessão de comemoração dos 200 anos de criação do Senado Federal, no Congresso.

Para Gilmar, o envolvimento de agentes públicos na arquitetura da execução de Marielle, apontada em relatório da Polícia Federal, é algo “extremamente grave”.

“Muito vem se tendo esse tipo de notícia do envolvimento da polícia com crime organizado. Parte da polícia, né? Obviamente isso é algo extremamente grave. É preciso pensar numa refundação dessas instituições, tomar as medidas necessárias”, afirmou.

A PF concluiu que as mortes da vereadora e do motorista Anderson Gomes foram encomendadas por Domingos e Chiquinho Brazão. Também identificou o delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil do Rio na época do crime, como mentor da execução.

Rivaldo foi apontado como responsável por indicar que a emboscada contra Marielle não poderia ocorrer no trajeto da Câmara dos Vereadores. Ele também é acusado de obstruir as investigações do assassinato.

O delegado Giniton Lages, que foi responsável pelo inquérito da morte de Marielle, também aparece na investigação como suspeito de ter desviado deliberadamente o curso das investigações, como forma de proteger os mandantes do crime.

O ex-chefe da Polícia Civil e os irmãos Brazão foram presos neste domingo (24), em operação da Polícia Federal. Eles negam envolvimento com o crime.

À imprensa, o ministro do STF avaliou que o Congresso deve encarar os resultados da investigação como uma forma de discutir uma reforma das polícias. Ele não deu mais detalhes a respeito da proposta.

“É um momento de profunda reflexão. O próprio Congresso Nacional se dedicar a essas temáticas, uma reforma das polícias. Uma reforma especialmente voltada para o que se está acontecendo no Rio de Janeiro”, declarou.

Caso Marielle
Marielle Franco e Anderson Gomes foram assassinados a tiros, em uma emboscada no Centro do Rio, em 14 de março de 2018.

As investigações foram marcadas por trocas de delegados e promotores, e poucos avanços. Em 2023, a Polícia Federal passou a apurar o caso.

Até este domingo, somente haviam sido apontadas as participações de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, ex-policiais militares acusados de serem os executores do atentado. O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, também foi apontado como responsável por levar o carro utilizado na emboscada para um desmanche.

Depois de seis anos do crime, uma delação premiada de Lessa ajudou os investigadores a preencher as lacunas que faltavam na resolução dos assassinatos.

Além de indicar os irmãos Brazão como mandantes, em sua delação, Ronnie Lessa também apontou que a morte de Marielle foi arquitetada pelos irmãos Brazão como reação à atuação da vereadora contra um esquema de loteamentos de terra em áreas de milícia na Zona Oeste do Rio, reduto eleitoral de Domingos e Chiquinho.

O ministro Gilmar Mendes disse acreditar que o avanço na investigação do caso Marielle é um “passo importante”. E que deve ser encarada como uma forma de “aprofundar o combate ao crime organizado”.

“Acho que é um passo importante, uma questão que já era esperada. Mas é preciso que se veja essa janela como uma oportunidade para aprofundar o combate ao crime organizado no Rio de Janeiro e no Brasil. Acho que é uma janela que se abre e que oferece essa oportunidade.”

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:[email protected]

Faça seu comentário