Gleisi realiza queixa-crime contra Gustavo Gayer no STF
Ministra da articulação política argumenta “injúria e difamação” por falas do deputado sobre “ministra bonita”

Foto: José Cruz/Agência Brasil
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), realizou uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) pelos crimes injúria e difamação.
Segundo a defesa da ministra, Gayer agiu “com consciência e vontade de atingir a honra de Gleisi em rede social, que possui alcance mundial”.
“Agiu com dolo, escolhendo o meio adequado para enxovalhar a dignidade da querelante de modo a propagar amplamente e com rapidez suas acusações. Aliás, assevere-se que não há qualquer motivo, sequer aparente, para justificar as ações do querelado”, conclui-se na solicitação assinada pelo advogado Angelo Ferraro.
As falas de Gayer aconteceram na semana passada, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarar que colocou uma “mulher bonita” como ministra para aprimorar a articulação com o Congresso.
“Acho muito importante trazer aqui o presidente da Câmara e do Senado, porque uma coisa que eu quero mudar, estabelecer a relação com vocês, por isso eu coloquei essa mulher bonita para ser ministra das Relações Institucionais, é que eu não quero mais ter distância de vocês”, declarou Lula no momento do lançamento do consignado para CLT.
Em resposta, Gayer postou no perfil dele no X que Lula “ofereceu Gleisi Hoffmann como um cafetão oferece sua funcionária em uma negociação entre gangues”.
O parlamentar ainda mencionou o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que é namorado de Gleisi: “E aí, Lindbergh Farias, vai mesmo aceitar o seu chefe oferecer sua esposa para o Hugo Motta e Alcolumbre como um cafetão oferece uma GP (garota de programa)?”.
Gayer também realizou uma postagem sugerindo uma relação entre Gleisi, Lindbergh e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP): “Me veio a imagem da Gleisi, Lindbergh e Davi Alcolumbre fazendo um trisal. Que pesadelo”.
Depois da repercussão negativa, a publicação foi apegada.
Outras reações
Na terça-feira (18), Lindbergh já tinha realizado outra queixa-crime contra o deputado. O documento ainda foi mandado para a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na queixa-crime exposta no STF, Lindbergh alega que as postagens de Gayer ocorreram “de maneira irresponsável e incompatível com a conduta esperada de um parlamentar”.
“Tais publicações foram disseminadas para mais de um milhão de seguidores, caracterizando não apenas a intenção inequívoca de ultrajar a honra das autoridades envolvidas, bem como a incitação ao discurso de ódio e à desinformação”, declara o documento mandado para o Supremo.
Além da queixa-crime, o PT apontou, na última sexta-feira (14), representação ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados solicitando a cassação de Gayer.