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Golpe do Pix engana comerciantes com aplicativo falso de banco

Ele encontrou esses apps, que surfam na popularidade dos pagamentos instantâneos na América Latina

Por FolhaPress
Ás

Golpe do Pix engana comerciantes com aplicativo falso de banco

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Comerciantes devem ficar atentos a um novo golpe: o do aplicativo falso de banco. O golpista instala o app em seu celular e, ao comprar o produto pessoalmente, mostra um comprovante de pagamento por Pix, mas o dinheiro não chega na mão do lojista.

"São fraudes de pequeno valor e que se aproveitam da desatenção do atendente", diz o pesquisador argentino da Kaspersky Leandro Cuozzo.

Ele encontrou esses apps, que surfam na popularidade dos pagamentos instantâneos na América Latina, em países como Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia e Peru.

A interface é feita para iludir o comerciante -há solicitação de senha, carregamento do Pix, geração de um comprovante e até notificação mostrando a conclusão da transação. Para evitar o golpe, lojistas devem redobrar a atenção com comprovantes e checar se o dinheiro caiu na conta, de fato.

No Brasil, um dos distribuidores deste app falso é o grupo criminoso "Gringo_171". A quadrilha oferta aplicativos que imitam Nubank, banco Inter, Mercado Pago, Caixa, Itaú, C6, entre outros.

Os bancos também são vítimas do esquema, que furta a identidade da empresa para usá-la como fonte de credibilidade.

Procurada, a Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) diz que a entidade e seus bancos associados têm investido "constantemente e de maneira massiva" em campanhas de conscientização e esclarecimento à população por meio de ações de marketing em TVs, rádios, redes sociais e comunicados à imprensa sobre os golpes mais comuns e dicas sobre como evitá-los.

A quadrilha está presente em Telegram, TikTok, Instagram e YouTube. Todos esses sites afirmam proibir práticas que visam enganar o usuário, para gerar ganhos financeiros -o que é tipificado como estelionato na lei brasileira.

O Telegram diz que monitora ativamente "conteúdo prejudicial" e removeu o canal mencionado do ar, após contato da reportagem.

Procurado, o YouTube diz que analisou os vídeos enviados pela reportagem e os removeu por infrações às normas de uso, como divulgar conteúdos que incentivam atividades ilegais ou que sejam destinados a se passar por outra pessoa. A plataforma diz ter removido mais de 8,2 milhões vídeos por violações de janeiro a março deste ano.

O TikTok também bloqueou a conta da quadrilha, após aplicar os critérios de moderação vigentes na plataforma.

Cada app falso tem um preço próprio, que pode variar de R$ 25 a R$ 45. O pacote com todos os bancos sai por R$ 120, no canal do Gringo_171 no Telegram

Os instaladores dos apps falsos, em formato "apk", são distribuídos nas redes sociais para driblar a moderação das lojas de aplicativos App Store, da Apple, e Play Store, do Google. "Mesmo que as fabricantes aumentem as barreiras contra programas de terceiros, o próprio dono do celular pode desativar todos os recursos de segurança e instalar o aplicativo", afirma Cuozzo.

Nos grupos de Telegram e WhatsApp, os criminosos dão dicas para aumentar chance de sucesso: dias e horários com mais pessoas e mirar produtos mais baratos, em que há menos cuidado com checagem da autenticidade da transação. "É um golpe para comprar sapatos", exemplifica o pesquisador.

A Kaspersky faz alerta de que quem baixa esses aplicativos também pode estar vulnerável a golpes, uma vez que desativar as proteções do celular e evitar a moderação das lojas oficiais dos fabricantes facilita a instalação de vírus.

Grupos como o Gringo_171 atuam como vendedores de software fraudulento. Nas redes sociais da quadrilha há promessas de aplicativos que burlam NFC, geradores de tela, notificações e documentos falsos e criador de deepfakes para confundir os verificadores de biometria de apps bancários.
 

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