Golpes com pix vão gerar prejuízo anual de R$ 11 bilhões para bancos e consumidores até 2028, aponta relatório
A venda de produtos que não existem é a modalidade que mais afeta os brasileiros
Foto: Reprodução/Marcelo Casal Jr/Agência Brasil
A empresa de pagamentos em tempo real, ACI Worldwide, divulgou nesta terça-feira (21), um relatório produzido com a consultoria GlobalData que aponta um prejuízo anual de até R$ 11 bilhões (US$ 1,937 bilhão) para bancos e consumidores brasileiros causados pelos golpes financeiros com o Pix.
As fraudes com o Pix devem crescer 39% em relação aos R$ 2,2 bilhões registrados em 2023, o maior avanço entre os seis países avaliados — Estados Unidos, Reino Unido, Índia, Austrália, Emirados Árabes Unidos e Brasil -, aponta o estudo. A avaliação também considerou os mercados com os maiores volumes de transações com sistemas de pagamentos instantâneos, como PIX.
Entre as seis economias analisadas, os prejuízos causados por golpes neste segmento devem superar US$ 7,6 bilhões (mais de R$ 44 bilhões) até 2028, com o Brasil respondendo por um quarto desse total.
A venda de produtos que não existem é a modalidade que mais afeta os brasileiros
Os golpistas que utilizam de pagamentos em tempo real costumam usar a tática de engenharia social, por meio de redes sociais, telefone ou aplicativos de mensagens, aproveitando a confiança da vítima e fazendo com que elas transfiram o dinheiro voluntariamente.
A modalidade de fraude que mais afeta os brasileiros é a venda de produtos (22%) - neste caso, a vítima paga por um produto que não existe. Os golpes relacionados a investimentos, com promessas enganosas de retorno financeiro, correspondem a 21%, enquanto os pagamentos antecipados, em que o é transferido para garantir um serviço ou produto fraudulento, respondem por 17%.
A ACI Worldwide destacou que o Banco Central e outros bancos vêm adotando medidas para mitigar o dano de golpes do Pix, como limites de transferência e verificação de dispositivos.
O estudo também alerta sobre o uso da inteligência artificial ser o novo mecanismo para os criminosos cometerem fraudes, focando em uma estratégia conhecida como "herança de confiança", com um conteúdo mais convincente. Apesar disso, a IA também pode ajudar a mitigar perdas e prevenir os golpes, através de análises dos dados de transações em tempo real, ajudando na identificação de comportamentos suspeitos e facilitando a colaboração entre instituições financeiras.
