Governador do Acre se torna réu por corrupção após denúncia no STJ
O governador se tornou réu pelos crimes de dispensa indevida de licitação, peculato, corrupção passiva majorada e organização criminosa
Foto: Reprodução/AntonioCruz/AgênciaBrasil
O governador do Acre, Gladson Cameli (PP-AC), se tornou réu por unanimidade, nesta quarta-feira (15), pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Porém, os magistrados não entenderam o pedido da Procuradoria-Geral na República (PGR) para que o chefe do Executivo fosse afastado do cargo.
A relatora do caso, Nancy Andrighi, votou que a denúncia da PGR fosse aceita e que o governador se tornasse réu pelos crimes de dispensa indevida de licitação, peculato, corrupção passiva majorada e organização criminosa. Os ministros acompanharam o entendimento.
A empresa Murano Construções LTDA, de acordo com a denúncia, teria recebido R$18 milhões dos cofres públicos, e empresas subcontratadas teriam pagado propina ao chefe do executivo estadual em valores que superam os R$6,1 milhões. Isso ocorreu por meio do pagamento de parcelas de um apartamento em um bairro nobre de São Paulo e de um automóvel de luxo.
A denúncia da PGR, apresentada em novembro do ano passado, detalha fatos apurados no âmbito da Operação Ptolomeu, deflagrada pela Polícia Federal (PF). A esposa de Cameli, também foi denunciada, juntamente com dois irmãos do chefe do Poder Executivo, servidores públicos, empresários e pessoas que teriam atuado como "laranjas" no esquema.
A subprocuradora-geral Luiza Frischeisen destacou que Gladson Cameli agiu de forma ativa e pessoalmente para garantir a estabilidade e a execução do arranjo atuando como líder da organização criminosa, segundo os elementos colocados na investigação e trazidos na denúncia.