Governadores fazem carta pedindo manutenção de Estados e municípios na reforma da Previdência
O texto falou em repúdio a possibilidade de se retirar Estados e municípios da reforma
Foto: Governador Ronaldo Caiado - Arquivo/Agência Brasil
Primeiro o texto falou em repúdio a possibilidade de se retirar Estados e municípios da reforma da Previdência (PEC 6/19), depois em apoio à manutenção dos entes, em uma segunda versão, fechada no final da tarde desta quinta-feira (6).
O texto disponibilizado pela assessoria do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), afirmou que o rombo de R$ 100 bilhões feito para o pagamento de aposentadorias e pensões nos entes da federação poderia quadruplicar até 2060. Portanto, retirá-los da reforma seria um atraso e um obstáculo para adoção das medidas necessárias. O documento também ressalta a importância da unidade dos critérios em toda a federação.
O governador Ronaldo Caiado (DEM-GO) falou que jamais assinaria uma carta de repúdio, mas concordou que o diálogo é o melhor caminho. "São poderes independentes e distintos e cabe a mim, como ex-parlamentar, ter total respeito pela casa. Pedirei sim não só a minha bancada, mas a todos que conseguir sensibilizar. Se não tivermos os 308 votos favoráveis, é preferível que achemos outra alternativa que não constranja os deputados e que possibilite sobrevivência aos Estados e municípios", colocou.
Uma das alternativas levantadas nesta quinta entre ele e o governador do Mato Grosso Mauro Mendes (DEM) é que se inclua no texto a possibilidade de que os governadores que optarem, possam assinar um Decreto implementado às regras gerais da União aos estados. "Se eles se sentem desconfortáveis, o que estamos pedindo é que nos deem essa prerrogativa", registrou.
Ainda nesta quinta, o presidente da Comissão Especial da Câmara que analisa a reforma, Marcelo Ramos (PL/AM) disse que a tendência atual da casa é de retirar Estados e municípios e que a pressão não funciona. "Os governadores podem ajudar bastante se calçarem as sandálias da humildades, reconhecerem que não tiveram coragem de fazer suas reformas e pedirem que o deputados ajudem", afirmou.
Os governadores tem uma reunião prevista em Brasília na próxima terça (18), quando, segundo Caiado, o texto da reforma deve ser debatido.