Governo aumenta proposta de reajuste salarial para 23% para encerrar greve no BC
A reivindicação oficial dos servidores é por reajuste de 36% e uma reestruturação da carreira
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Para acabar com o movimento grevista, o governo federal aumentou para 23% a proposta de reajuste dos servidores do Banco Central em duas parcelas nos anos de 2025 e 2026. A proposta anterior do governo Lula era de um reajuste de 13% nos dois anos.
O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, comandada pela ministra Esther Dweck, aceitou também a proposta de mudar o nome da categoria de analistas do BC para "auditor", uma antiga reivindicação dos servidores.
O presidente do Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do BC), Fabio Faiad, informou à reportagem que a proposta do governo, apresentada na noite de quarta-feira (21), será apreciada pela categoria em assembleia prevista para começar às 14h30 nesta quinta-feira (22).
Ele considerou uma grande conquista a mudança de nome para auditor, que dá mais autoestima aos servidores, que hoje são chamados de analistas. "Vamos continuar negociando", disse.
A reivindicação oficial dos servidores é por reajuste de 36% e uma reestruturação da carreira. A falta de acordo na semana passada levou a uma paralisação de 48 horas, a partir da terça-feira passada (20), para pressionar o governo por uma proposta melhor na mesa de negociação para o BC.
A categoria vinha criticando a ministra Dweck por estar sendo excessivamente dura com os servidores do BC nas negociações após quatro anos sem receber reajuste.
Em 2023, os servidores foram beneficiados com o reajuste de 9% concedido de forma linear a todos os servidores do Executivo Federal.
A expectativa no governo é que o acordo será fechado e que a ministra cedeu e fez uma grande proposta diante da realidade de restrição fiscal.
No curto prazo, havia uma preocupação de que uma piora nas negociações afetasse a imagem do Brasil justamente na reunião em meio à primeira reunião ministerial do G20, que acontece no Rio de Janeiro. O Brasil está como presidente do grupo dos 20 países com a maior economia no mundo.
A proposta do governo também atende pontos que não tratam de questões salariais, que são chamados de "pauta pecuniária". Entre eles, garantir um ganho maior para os servidores que ficam em sobreaviso durante a madrugada para atender, por exemplo, o funcionamento do Pix e das reservas internacionais.