Governo é pressionado a aceitar visita da ONU sobre desaparecidos
Inicialmente, o governo brasileiro informou à ONU que a visita não poderia ocorrer no próximo ano devido à coincidência com os 60 anos do golpe militar
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O governo brasileiro está sendo pressionado por 15 entidades de direitos humanos para aceitar o pedido da ONU de realizar uma visita em 2024 e abordar o problema do desaparecimento forçado, tanto no passado quanto no presente. As informações são do colunista Jamil Chade, do UOL.
Inicialmente, o governo brasileiro informou à ONU que a visita não poderia ocorrer no próximo ano devido à coincidência com os 60 anos do golpe militar no Brasil, apesar da solicitação da entidade.
Agora, numa carta de 8 de novembro, entidades e organizações pedem aos ministros dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio de Almeida, Justiça, Flávio Dino, Relações Exteriores, Mauro Vieira e Casa Civil, Rui Costa, que aceitem a ida da missão do Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados ou Involuntários da Organização das Nações Unidas (ONU).
"Na última sessão de trabalho do referido Grupo de Trabalho, parte das entidades signatárias deste pleito apresentou ao GT um documento acerca do estado atual do problema dos desaparecimentos forçados no Brasil. Foi-nos informado, então, que o Grupo solicitou ao governo a realização de uma visita in loco ao país, tendo recebido o retorno de que não haveria condições de organizá-la para o ano de 2024", disse.
"Compreendemos que, diante da complexa tarefa assumida pelo Presidente Lula de retirar o Brasil da condição de pária internacional, a qual vem sendo cumprida com êxito, muitos são os compromissos internacionais assumidos com os diferentes organismos multilaterais", disseram as entidades.
Assinam a carta entidades como o Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (Unifesp) Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia, Iniciativa Direito à Memória e à Justiça Racial, Instituto Vladimir Herzog, Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Grupo Tortura Nunca Mais da Bahia, Goiás e São Paulo, Justiça Global, Memorial da Democracia da Paraíba, Movimento de Familiares das Vítimas do Massacre em Paraisópolis (SP,) Movimento Mães de Manguinhos, Rede de Mães e Familiares Vítimas de Violência de Estado da Baixada Fluminense e Rede Nacional de Mães e Familiares Vítimas do Terrorismo do Estado.