Grandes redes de varejo registram queda no lucro no primeiro trimestre do ano
Lojas estão fechando unidades em todo o país
Foto: Agência Brasil
Dez grandes redes varejistas do Brasil com ações em Bolsa registraram prejuízo, aumento das perdas ou queda no lucro no primeiro trimestre deste ano, quando comparados com o mesmo período de 2022.
Segundo a Folha de S. Paulo, a alta de 0,2% no consumo das famílias apontada no Produto Interno Bruto (PIB) dos três primeiros meses do ano esteve mais relacionada a serviços e bens essenciais, e menos a bens que dependem de financiamento por parte do consumidor, como móveis, eletroeletrônicos e eletrodomésticos.
Em janeiro, o escândalo da Americanas impactou nas redes varejistas. Com medo de calote, os bancos restringiram o crédito às empresas. Por isso, as operações desandaram, visto que o varejo no Brasil é dependente do crédito para oferecer a opção "parcelado sem juros".
Para completar o orçamento com a economia ruim e na tentativa de "voltar ao normal" depois da Covid-19, o brasileiro vem retirando cada vez mais recursos da poupança. Segundo o Banco Central, os saques superaram os depósitos em R$ 6,252 bilhões em abril, um movimento já observado nos dois anos anteriores.
A Marisa anunciou o fechamento de 91 lojas este ano e a Renner já fechou 20 unidades do grupo incluindo 13 da Camicado. A Tok&Stok encerrou seis pontos de venda, Magalu reduziu em 13% o número de lojas nos últimos 12 meses encerrados em março, enquanto a Via (dona de Casas Bahia e Ponto) abriu apenas sete pontos de venda no primeiro trimestre, contra 80 no mesmo período de 2022.
Até o atacarejo, segmento que nos últimos anos liderou as vendas do varejo alimentar, sentiu o impacto: o lucro do Assaí, por exemplo, foi reduzido em dois terços no primeiro trimestre.
Com o resultado negativo do primeiro trimestre, economistas afirmam que o cenário deve piorar ao longo do ano.