Guerra da Rússia na Ucrânia desencadeou crise alimentar histórica
Apesar da melhora nos últimos meses, a crise continua
Foto: Agência Brasil
A guerra da Rússia na Ucrânia desencadeou uma crise alimentar histórica, abalando os sistemas agrícolas globais que já enfrentam os efeitos do clima extremo e da pandemia. Segundo o UOL, as condições do mercado podem ter melhorado nos últimos meses, mas especialistas não esperam alívio iminente.
A crise aumenta o risco de fome e fome em países como a Somália, que enfrenta uma emergência alimentar “catastrófica”, como aponta a Organização das Nações Unidas (ONU), e outros países que já enfrentavam o problema da fome.
“Todas as principais causas da crise alimentar ainda estão conosco – conflito, Covid, mudança climática, altos preços dos combustíveis”, disse Cary Fowler, enviado especial dos EUA para segurança alimentar global, à CNN. “Acho que temos que nos preparar para 2023 ser um ano difícil”, acrescentou.
Antes da Rússia invadir a Ucrânia, o preço dos alimentos já estava alto por conta das cadeias de suprimentos embaralhadas e eventos climáticos extremos, como a pior seca em quase um século no centro e sul do Brasil. Os preços recordes do gás natural – um insumo fundamental para fazer fertilizantes à base de nitrogênio – também se tornaram um pesadelo para os agricultores.
A Ucrânia normalmente fornece cerca de 45 milhões de toneladas métricas de grãos para o mercado global todos os anos e é o maior exportador mundial de óleo de girassol. Junto com a Rússia, foi responsável por cerca de um quarto das exportações globais de trigo em 2019.