Há mais de 40 anos impunes, médicos do caso Kalume são condenados novamente
Fiore Júnior, Rui Noronha Sacramento e Pedro Henrique Torrecilas são acusados por remoção de rins de pacientes vivos
Foto: Reprodução/ TV Vanguarda
Na última segunda-feira (14), quase 40 anos depois da execução do crime, a prisão de Fiore Júnior, Rui Noronha Sacramento e Pedro Henrique Torrecilas foi decretada. Em 1986, os médicos foram denunciados ao Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) por esquema ilegal de remoção de rins de cadáveres e pacientes vivos.
No caso, foram retirados os rins de quatro pacientes antes que a morte cerebral fosse confirmada, para usá-los em transplantes no então Hospital Santa Isabel (atual Hospital Regional de Taubaté), em Taubaté, São Paulo.
O ato, conhecido como caso Kalume, foi acusado pelo médico Roosevelt Kalume, gerando a abertura de inquérito em 1987. Em 2003, o crime gerou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou o tráfico de órgãos no Brasil.
Foram precisos 10 anos de investigação para que a Polícia Civil de Taubaté acusasse os quatro médicos pela morte dos pacientes. Porém, Antônio Aurélio de Carvalho Monteiro, um dos responsabilizados, morreu antes de seu julgamento.
Já os outros médicos - Sacramento, Torrecilas e Fiore Júnior - foram condenados por homicídio, em 2011, a 17 anos e meio de prisão por homicídio, posteriormente reduzida para 15 anos. Contudo, os condenados recorreram e conseguiram adiar a prisão.
Agora, mais de uma década depois, o juiz Flavio de Oliveira César, da Vara do Júri de Taubaté, determinou a prisão dos médicos. Os acusados informaram que pretendem recorrer novamente.