"História não perdoa traição", diz Dilma em resposta a Temer
Na quinta-feira (21), o emedebista afirmou que o impeachment da ex-presidente aconteceu por "dificuldades em se relacionar"

Foto: Reprodução/Agência Brasil
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) respondeu, na manhã desta sexta-feita (22), aos comentários feitos pelo também ex-presidente Michel Temer Temer (MDB), no qual declarou que ela era "honestíssima" e que o impeachment de 2016 ocorreu por "dificuldades em se relacionar".
Dilma descreve Temer como "alguém que articulou uma das maiores traições políticas dos tempos recentes". Além disso, ela relembra projetos do emedebista que não estavam presentes nos planos dos governos eleitos em 2011 e 2014, período em que Temer integrou como vice-presidente.
"As provas materiais da traição política estão expressas na PEC do Teto de Gastos, na chamada reforma trabalhista e na aprovação do PPI para as quais não tinha mandato. Nenhum desses projetos estavam em nossos compromissos eleitorais, pelo contrário, eram com eles contraditórios. Trata-se, assim, de traição ao voto popular que o elegeu por duas vezes", escreve Dilma.
"História não perdoa a prática da traição. O senhor Michel Temer não engana mais ninguém", destaca.
Em nota, ex-presidente diz que “dificuldade de diálogo com o Congresso” não seria um motivo legal e constitucional para impeachment em um regime presidencialista.
"Tal 'dificuldade' era uma integral rejeição às práticas do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, criador do Centrão, que queria implantar com o meu beneplácito o 'orçamento secreto', realizado, hoje, sob os auspícios de um dos seus mais próximos auxiliares na Câmara Federal", afirma o documento.
Na quinta-feira (21), Temer afirmou, em entrevista ao UOL, que o impeachment de Dilma aconteceu por conta do relacionamento rochoso da petista com parlamentares de oposição. Ele também ressaltou que não houve golpe.