Homem descobre que aparece como morto em bancos de dados públicos após dar entrada em hospital na Bahia
Caso aconteceu em Feira de Santana, cidade localizada a 100 km de Salvador
Foto: Reprodução/TV Subaé
Um homem que precisou de internação em um hospital de Feira de Santana, a 100 km de Salvador, descobriu que aparece como morto em todos os bancos de dados públicos do país. O caso aconteceu no mês de abril, mas só veio à tona no início de junho.
Segundo Rafael da Silva Santos, que sofreu um acidente de motocicleta na época, a sua família foi informada na recepção da unidade hospitalar que ele estava morto. A informação foi confirmada pela esposa de Rafael.
"Eu cheguei para fazer a ficha e eles me informaram que Rafael estava morto. Eu disse que não e falei que ele estava na maca. O homem então pegou o prontuário e me mostrou [que ele constava como morto]. Ele pediu para aguardar alguns minutos, chamou alguém e fez o reconhecimento para abrir um novo prontuário e internar ele", contou Alcione das Virgens, esposa de Rafael.
Ao receber alta, Rafael precisou realizar transações bancárias e confirmou na Receita Federal que, juridicamente, estava morto.
"Quando eu tive alta e fui movimentar minhas contas, algumas delas estavam bloqueadas e eu não estava conseguindo fazer saques. Lá na Receita Federal constava 'titular falecido' e aí eu fui procurar o cartório para poder entender", relatou o entregador de gás.
De acordo com o advogado de Rafael, houve um erro do cartório da cidade ao atestar o óbito. Na verdade, um outro paciente com o mesmo nome de Rafael deveria ter sido dado como morto, após não resistir e falecer na mesma unidade de saúde em que o entregador de gás foi atendido.
Para tentar resolver a situação, Rafael já buscou ajuda em cartório e pagou até mesmo taxas de documentos. No entanto, até o momento, não houve uma resolução para o problema. Por este motivo, Rafael diz estar "com a vida parada" e sem conseguir realizar atendimentos médicos após o acidente de moto.
O advogado de Rafael da Silva entrou com uma ação contra o cartório, o Estado e contra a mulher que atestou o óbito, com o objetivo de provar que o cliente está vivo. Até esta terça-feira (4), mais de um mês depois, a situação ainda não foi resolvida.