Homens infectados pela covid-19 têm três vezes mais risco de desenvolver disfunção erétil
Principal motivo pode estar relacionado com a formação de microtromboses
Foto: Divulgação
Um estudo preliminar realizado por pesquisadores na Universidade de Roma, na Itália, descobriu que homens infectados com a covid-19 podem ter três vezes mais chances de desenvolver a disfunção erétil. [Clique aqui para ler a pesquisa completa]
O principal motivo pode estar relacionado com a formação de microtromboses, que acabam inflamando o revestimento dos vasos sanguíneos do órgão genital masculino, o endotélio, e, consequentemente, interrompendo o fluxo sanguíneo, o que resulta na impotência sexual.
Segundo o urologista Marcos Leal, da Robótica Bahia- Assistência Multidisciplinar em Cirurgia, outros fatores, como estresse psicológico e baixa oxigenação, também podem contribuir para o surgimento da disfunção erétil, principalmente em adultos recuperados da doença e com idade mais avançada.
“Além dos problemas vasculares que dificultam a ereção, existe a possibilidade de agravamento de hipogonadismo subclínico. Não podemos desconsiderar, ainda, o grande estresse psicológico sofrido por quem adquire a covid-19. Além de tudo isso, complicações na hemodinâmica pulmonar também podem influenciar no desempenho sexual”, disse o urologista, que também é professor adjunto na Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia (Ufba).
Outros estudos preliminares também traçaram o perfil dos homens mais propensos a ter complicações graves pela covid-19 e ao desenvolvimento da disfunção erétil: mais velhos, diabéticos, com problemas cardiovasculares, acima do peso ou obesos e com diversas comorbidades.
Grande parte do perfil desse público tem relatado queixas relacionadas à disfunção erétil ao urologista Marcos Leal, que deu dicas de como evitar as sequelas:
"A melhor forma de prevenir as sequelas de longo prazo da covid-19 é não se contaminar com o vírus. Como a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, precisamos continuar usando máscaras protetoras em locais públicos, manter pelo menos dois metros de distância interpessoal, lavar frequentemente as mãos, evitar aglomerações e, principalmente, tomar a vacina assim que isso for possível", recomendou o especialista.