Honestidade salva vidas

Confira o editorial desta quarta-feira (8)

Por Editorial , Erick Tedesco
Ás

Honestidade salva vidas

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A complexidade da guerra à Covid-19 (o complexo novo coronavírus), que no Brasil se tornou mais espinhosa devido a contornos políticos por causa de divergências entre autoridades no enfrentamento da pandemia, parece estar constantemente sujeita a mazelas. Uma equação de difícil solução, um tabuleiro de xadrez cujas peças são perseverantes na busca do xeque-mate do lado errado.

A negligência do coordenador do Centro de Contenção para a doença no Estado de São Paulo, David Uip, quanto ao uso ou não da hidroxicloroquina durante o tratamento da Covid-19 (ele contraiu o novo coronavírus em 23 de março), soa como afronta ao presidente Jair Bolsonaro. O mandatário brasileiro defende o uso do medicamento no combate ao vírus.

Curado, Uip trava o debate científico sobre a eficácia do medicamento se contasse que o usou, mas preferiu mantê-lo no tacanho campo político, supostamente em benefício do governador de São Paulo, João Doria, a quem deve satisfações. Não é novidade que Doria tem aspirações presidenciais nas eleições de 2022 e, por diversas vezes, fez críticas grosseiras a Bolsonaro no que diz respeito a questões da Covid-19.

Uip, como infectologista que é, tem a obrigação de dizer sobre a hidroxicloroquina. É, ainda que supostamente, diante do seu incômodo silêncio, um profissional da área do combate à Covid-19 que teve a experiência do uso do medicamento, ou seja, saberia exatamente descrever a reação e contraindicações sobre a terapêutica. A honestidade, Uip, pode salvar vidas.

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