IBGE aponta que despesa das famílias com saúde cresce mais que a do governo

O levantamento Conta-Satélite de Saúde, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (14), mostra que as despesas das famílias e instituições subiram de 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) para 5,8% entre 2010 e 2019. No geral, as despesas com saúde das famílias e instituições totalizaram R$ 427,8 bilhões e, nesse período, as despesas do governo somaram R$ 283,6 bilhões. A despesa total do país foi de R$ 711,4 bilhões, ou 9,6% do PIB.

A despesa per capita (por pessoa) com o consumo de bens e serviços de saúde foi de R$ 2.035,60 para famílias e instituições e de R$ 1.349,60 para o governo. De acordo com o levantamento, o gasto do governo atingiu o pico registrado em 2016 quando chegou a 4% do PIB. Já o das famílias e instituições atingiu o maior patamar em 2019.

Ainda de acordo com o levantamento, em 2019, a principal despesa das famílias e das instituições sem fins lucrativos foi com saúde privada (R$ 291,9 bilhões), que inclui gastos com planos de saúde e médicos. Em seguida, o orçamento das famílias ficou comprometido com gastos com medicamentos (R$ 122,7 bilhões)

Ao mesmo tempo em que as famílias têm parte do orçamento drenado por gastos com medicamentos, a pesquisa do IBGE mostrou que a despesa do governo com o programa Farmácia Popular tem recuado. Em 2019, a despesa de consumo do governo com o Programa Farmácia Popular totalizou R$ 2,3 bilhões, o que representou uma queda nominal (em reais) de 17,2% em relação a 2017, quando atingiu o valor nominal máximo da série histórica (R$ 2,8 bilhões).