Idosa de 89 anos é declarada culpada pelo morte da 'melhor amiga' de 93 anos
Motivo do crime teria sido a herança que a vítima deixaria
Foto: Reprodução/ AFP
Uma idosa de 89 anos foi declarada culpada pelo tribunal de Arlon, no sul da Bélgica, nessa sexta-feira (9), por ter matado a facadas sua melhor amiga, uma senhora de 93 anos. O motivo do crime teria sido a herança que a vítima deixaria.
O assassinato ocorreu em 2015, mas a aposentada Clara Maes sempre negou envolvimento na morte de Suzanne Thibeau. O processo chamou atenção da nação devido à idade avançada da acusada, que tinha 84 anos na época da morte da amiga. Ela foi considerada a acusada mais velha do país, segundo a imprensa.
Em 3 de janeiro de 2015, o corpo de Suzanne, de 93 anos, foi encontrado por um casal de amigos em sua residência em Libramont, no sul da Bélgica, com marcas de faca. A idosa também apresentava lesões na cabeça. No chão, os policiais se depararam com um pote de cerâmica quebrado.
Inicialmente, os investigadores trabalharam com a possibilidade de que a idosa tivesse tentado suicídio. Contudo, a amiga, Clara, defendeu que a amiga teria sofrido um acidente. Segundo ela, Suzanne teria subido em uma cadeira e tentando alcançar o pote de cerâmica, e caiu, batendo a cabeça e se ferindo com os cacos. Ninguém duvidou pois elas eram amigas há 60 anos.
Foi na limpeza do corpo de Suzanne que o proprietário da funerária duvidou da versão de Clara, pois havia um corte profundo no pescoço da vítima.
O corpo retornou para o laboratório da polícia técnica, onde a médica legista determinou que alguns ferimentos foram causados por um objeto pontiagudo. Ao retornar para a casa da vítima, investigadores encontraram duas facas com traços de sangue.
As apurações também indicaram que Suzanne havia recebido a visita da amiga que, todos os dias, comprava o pão para o café da manhã e a ajudava com as tarefas domésticas. A polícia confirmou então que Clara foi a última pessoa a ver a vítima com vida.
Suzanne era viúva, sem filhos e havia designado Clara como herdeira de 70% de seus bens; os 30% ficariam com uma prima. Clara também seria beneficiária de uma doação de cerca de € 300 mil por parte de Suzanne, segundo um documento registrado em cartório em setembro de 2014.
No entanto, Clara garantiu jamais ter feito qualquer mal à amiga. "Depois que fui comprar pão para Suzanne, saí da casa dela e ela estava sentada em sua poltrona, bem viva", afirma a acusada. Ao resto das perguntas, ela responde não saber mais de nada.
O júri ainda não se pronunciou sobre a pena que Clara deve cumprir. Uma condenação de ao menos 10 anos de prisão é reclamada pela acusação.