Indicação que fortalece Moro
Chamada deslealmente até de crime de corrupção pela oposição, a promessa do presidente Jair Bolsonaro em indicar o ministro da Justiça, Sergio Moro, à próxima vaga no Supremo Tribunal Federal
Foto: Montagem/Reprodução
Chamada deslealmente até de crime de corrupção pela oposição, a promessa do presidente Jair Bolsonaro em indicar o ministro da Justiça, Sergio Moro, à próxima vaga no Supremo Tribunal Federal, o ápice da magistratura, apenas é um sinal de fortalecimento de um membro do governo, um tanto – e propositalmente – maltratado semana passada pelo Congresso Nacional, que sinaliza retirar de suas mãos o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Oras, por que não prestigiar um juiz brilhante então à frente da Lava Jato e íntegro e dedicado como titular da pasta que lhe foi confiada desde o início do ano? Os famigerados ataques a Moro, por certo, são tendenciosos. Fazem alarde para desnortear a população de um mecanismo legal e usal de qualquer mandatário brasileiro, que é a indicação de nomes ao STF, tal como fez todos aqueles que presidiriam o Executivo nacional desde o fim da ditadura militar.
Aliás, é preciso rememorar que nenhum outro presidente indicou mais nomes a um cargo no STF do que o agora encarcerado Luiz Inácio Lula da Silva. O petista indicou oito magistrados ao órgão judiciário, entre eles, o ex-advogado do partido, Dias Toffoli. Somam à lista nomes como Ayres Britto, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Cezar Peluso, Joaquim Barbosa, dentre outros.
A indicação é verdadeira e merecida, alçada à público num momento de eminente desmoralização de Moro frente a um parlamento de interesses obscuros, ora obtusos. No entanto, é longa a distância que separa o interesse da nomeação ao tempo que de fato o ministro passaria pela sabatina para assumir. Prudente é conter a euforia, dispersar os ataques para desestabilizar e voltar ao assunto num futuro menos turbulento.