Indústria extrativa registra aumento de 8,2% no Brasil
Crescimento do primeiro semestre foi puxado pela produção e exportação de petróleo
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O setor de petróleo e gás natural, que compreende 10% do Produto Interno Bruto (PIB) Industrial do Brasil, teve um impacto significativo no desempenho da produção nacional durante o primeiro semestre deste ano. No período, a produção de óleo aumentou 9,7%, enquanto a produção de gás natural registrou um crescimento de 7,4% em comparação com o mesmo semestre do ano anterior.
Os números tornaram as atividades de óleo e gás o motor principal por trás do crescimento de 8,2% na Indústria Extrativa de janeiro a junho deste ano, segundo análise feita pelo economista Cloviomar Cararine, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos dados do PIB fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As exportações de petróleo também desempenharam um papel crucial no resultado positivo do setor, registrando um crescimento de 21,8% em comparação com o semestre anterior. O Brasil atingiu um recorde de 1,47 milhão de barris de petróleo exportados por dia, em média, durante janeiro a junho deste ano.
Em termos percentuais, o país exportou 46% de sua produção total de petróleo, que chegou a uma média diária de 3,226 milhões de barris. A Petrobrás foi responsável por 39% desse volume, equivalente a uma média de 571 mil barris por dia, durante o primeiro semestre de 2023, enquanto o restante foi distribuído entre outras empresas nacionais e estrangeiras.
Cararine destacou que o aumento na produção brasileira de petróleo deve-se principalmente ao aumento da produtividade nos campos do pré-sal e à entrada em operação de novas plataformas no final do ano passado e no início deste ano, como resultado dos investimentos realizados pela Petrobras entre 2010 e 2013.
Além disso, ele apontou a contribuição do aumento do Fator de Utilização Total (FUT) das refinarias para o desempenho da indústria extrativa. Embora o crescimento do FUT tenha sido modesto, apenas 0,03%, no primeiro semestre, Cararine prevê um aumento significativo no segundo semestre.
O economista do Dieese ressaltou que a Petrobrás tem aumentado consistentemente sua produção de combustíveis desde o início da nova gestão da empresa no início do ano. Ele destacou que as unidades de refino da Petrobrás alcançaram um patamar de 97,3% de FUT em agosto, o melhor resultado desde dezembro de 2014.