Inflação ficará acima da meta de 3% em 2024, diz Banco Central
Se confirmada a avaliação do BC, este será o oitavo ano, desde 1999, que a meta de inflação é extrapolada
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
No Relatório de Inflação do quarto trimestre do ano, divulgado nesta quinta-feira (19), o Banco Central reconheceu que a inflação ficará acima da meta de 3% definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 2024. A meta de inflação tem uma tolerância de 1,5% para cima e para baixo - ou seja, o teto é de 4,5%.
De acordo com o IBGE, até novembro, a inflação acumula 4,29% de alta. O Banco Central, por sua vez, projeta inflação de 0,58% agora em dezembro, então, um resultado próximo de 4,90%.
Se confirmada a avaliação do BC, este será o oitavo ano, desde 1999, que a meta de inflação é extrapolada. Nesses casos, o presidente da autarquia deve escrever uma carta aberta endereçada ao Ministério da Fazenda para explicou o que causou o resultado.
De acordo com o relatório, diferentes fatores influenciaram a inflação durante o ano, principalmente o dólar fortalecido frente ao real. Além disso, a atividade econômica aquecida, fatores climáticos que impactaram os alimentos e o ciclo do boi, que aumentou os preços das carnes.
O Banco Central revisou pra cima o crescimento da economia neste ano. Agora se projeta um aumento de 3,5%. Para o ano que vem, segue uma previsão de crescimento, mas um pouco menor, de 2,1%. Isso apesar da expectativa de juros bem altos em boa parte de 2025.
Sobre as contas do governo, o documento diz que a meta de resultado primário deve ser cumprida, considerando o limite inferior. Destaca que 2024 teve déficit primário menor que o observado em 2023 e que o esperado pelos analistas ao longo do ano.
No entanto, a atenção com o quadro fiscal deve ser mantida, por incertezas de cumprimento nos próximos anos.