Insegurança alimentar em Gaza atinge os mais altos níveis da história, diz ONU
Chefe da ajuda emergencial da organização afirma que região se tornou “um lugar de morte e desespero”
Foto: Unicef/ Abed Zagout
Segundo o chefe de ajuda emergencial da ONU, Martin Griffiths, as pessoas em Gaza enfrentam os “mais altos níveis de insegurança alimentar já registrados”. Em um comunicado, divulgado na sexta-feira (5), Griffiths afirmou que Gaza se tornou “um lugar de morte e desespero” e que “a esperança nunca foi tão ilusória”, citando os milhares de mortos, ataques a instalações médicas e a falta de hospitais em funcionamento.
Doenças infecciosas se espalham em abrigos superlotados e esgotos transbordam, criando um desastre de saúde pública, afirma Griffiths, acrescentando que cerca de 180 mulheres palestinas “estão dando à luz diariamente em meio a esse caos”.
“Gaza simplesmente se tornou inabitável. Seu povo está testemunhando ameaças diárias à sua própria existência — enquanto o mundo assiste”, disse o chefe de ajuda emergencial da ONU na declaração emitida pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).
Milhares de palestinos morreram desde que Israel iniciou sua guerra contra o Hamas em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas, e cerca de 1,9 milhão de pessoas foram deslocadas desde o início da guerra, segundo a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
Israel começou em resposta aos assassinatos do Hamas do 7 de outubro, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e mais de 200 foram feitas reféns. Segundo Griffiths, mais de 120 pessoas ainda são mantidas reféns em Gaza e as tensões na Cisjordânia “estão em ebulição”.
De acordo com Unicef, as crianças enfrentam altos riscos de desnutrição grave à medida que as condições de fome aumentam. Sobreviventes que conversaram com a CNN na cidade de Rafah, no sul do país, disseram que as necessidades básicas, como frutas e legumes, tornaram-se inacessíveis.
Griffiths continuou pedindo que as partes “cumpram todas as suas obrigações de acordo com a lei internacional, inclusive a de proteger os civis e atender às suas necessidades essenciais, e que libertem todos os reféns imediatamente”.
“Essa guerra nunca deveria ter começado. Já passou da hora de acabar”, disse.