Irã bloqueia redes sociais em meio a protestos contra repressão a mulheres
Onda de manifestações já deixou 17 mortos no país
Foto: Reprodução/Redes Sociais
As autoridades iranianas bloquearam, na última quinta-feira (22), o acesso aos aplicativos Instagram e WhatsApp. A medida foi tomada no sexto dia de protestos contra o uso obrigatório do véu islâmico e a repressão às mulheres no país. De acordo com o governo, 17 pessoas já morreram, incluindo manifestantes e policiais. O número de mortes, no entanto, pode ser maior, a ONG de oposição Iran Human Rights (IHR), com sede em Oslo, fala em pelo menos 31 civis mortos pelas forças de segurança.
A suspensão das redes sociais foi adotada para conter "as ações contra revolucionárias" realizadas por meio dos aplicativos, de acordo com o governo. Instagram e WhatsApp são os aplicativos mais utilizados no Irã após o bloqueio de plataformas como YouTube, Facebook, Telegram, Twitter e TikTok. Além disso, o acesso à internet é filtrado ou restrito.
Na última quarta-feira, a Guarda Revolucionária pediu ao Judiciário para processar "aqueles que espalham notícias falsas" sobre a morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos, que está na origem da onda de protestos. Ela morreu em Teerã, na semana passada, após ser detida pela polícia moral iraniana por usar o véu islâmico de maneira "inadequada". A morte de Mahsa foi muito criticada por países e várias ONGs internacionais, que denunciaram a repressão "brutal" contra os manifestantes. Porém, as autoridades iranianas negaram qualquer envolvimento na morte dos manifestantes.