Israel X Hamas: conflito pode encarecer gasolina e dificultar oferta de crédito no Brasil, diz economista
O atual cenário também pode ser um obstáculo no ciclo de cortes da Selic
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas pode provocar diversas consequências da crise humanitária e um dos impactos do conflito na economia brasileira poderá ser a pressão em cima da inflação. As informações são do R7.
De acordo com o educador financeiro Renan Diego, se mais países entrarem na guerra, os preços em território nacional vão encarecer.
“[Se isso acontecer] provavelmente o petróleo vai aumentar muito e outras commodities também. Tudo vai ser influenciado, os alimentos vão ser impactados, porque, o petróleo subindo, aumenta a maior parte do transporte alimentar do Brasil, que usa diesel e gasolina, derivados do petróleo”, afirmou.
No Brasil, o diesel é utilizado nos caminhões responsáveis pela maior parte do transporte de carga. “[Se isso acontecer] provavelmente o petróleo vai aumentar muito e outras commodities também. Tudo vai ser influenciado, os alimentos vão ser impactados, porque, o petróleo subindo, aumenta a maior parte do transporte alimentar do Brasil, que usa diesel e gasolina, derivados do petróleo”, afirmou.
O atual cenário também pode ser um obstáculo no ciclo de cortes da taxa básica de juros, a Selic, no qual o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, tem promovido.
Até o momento, foram duas baixas seguidas de 0,5 ponto percentual. Com isso, a taxa Selic passou de 13,75% em agosto para os atuais 12,75%.
“Israel e Hamas não são grandes o suficiente para impactar a economia global, se o conflito permanecer só entre os dois. Se houver alguma ligação de países vizinhos, como, por exemplo, o Irã — há indícios que tenham ajudado o Hamas nos primeiros ataques —, provavelmente os Estados Unidos também vão se envolver mais, ocasionando uma guerra mais extensa.”
Por ter grande influência nas taxas de juros do país, como a do rotativo do cartão de crédito e de cheque especial, ela tem um peso no bolso do consumidor quando se trata de empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras.
Uma situação prática: quem for ao banco simular um empréstimo para comprar um carro poderá ver o plano falhar se a Selic subir no mês seguinte, como no cenário sugerido por Renan.