Jaques Wagner é delatado por empresário baiano
O senador nega as acusações
Foto: Divulgação
Réu no processo da Lava Jato, um dos donos da empreiteira baiana Mendes Pinto Engenharia (MPE), Mário Seabra Suarez detalhou esquema com entrega de dinheiro à Carlos Daltro, considerado o "caixa" do senador Jaques Wagner (PT). O valor seria parte de um acerto de R$ 9,6 milhões de corrupção, no contrato de construção do prédio sede da Petrobras, em Salvador, assinado no fim do segundo mandato do ex-presidente Lula e véspera da eleição de Dilma Rousseff.
"Os pagamentos ao PT Bahia, eles também não chegaram a ser os R$ 3,2 milhões (acordados), foi bem menos, e esses pagamentos foram feitos a uma pessoa chamada Carlos Daltro, é conhecido como caixa do Jaques Wagner", afirmou o empresário no depoimento.
O interrogatório aconteceu com o juiz federal Luiz Antonio Bonat, titular da Operação Lava Jato, em Curitiba. Entretanto, Jaques nega as acusações. "Eu, pessoalmente, cheguei a entregar duas vezes ao Carlos Daltro o valor de R$ 75 mil cada uma delas, uma delas, ele esteve no meu escritório e outra eu estive no escritório dele levando o dinheiro, R$ 75 mil", concluiu Suarez.
Suarez fez acordo de delação premiada em 2019 e confessou que a Mendes Pinto fraudou a concorrência e foi contratada para gerenciar a construção do prédio, o Edifício Torre Pituba.
Defesa nega
Em nota, a defesa do senador afirma que os fatos não deverão ser aceitos pela Justiça. "A delação trata de fatos requentados e sem qualquer elemento de corroboração, método já rechaçado pelas Cortes Superiores, por não ser meio de prova válido. No caso em específico, os delatores alegam supostos fatos que sequer teriam presenciado, que souberam 'por ouvir dizer' de terceiro já falecido. Portanto, mais uma delação premiada feita em moldes não democráticos e que certamente não deverá ser considerada pelo Poder Judiciário", diz a nota.