Jovens entre 15 e 29 anos enfrentam problemas de saúde relacionados a violência
Dossiê da Infocruz revela a situação de saúde dos jovens brasileiros de 2016 a 2022
Foto: Pexels
O lançamento do Dossiê "Panorama da Situação de Saúde de Jovens Brasileiros de 2016 a 2022: Intersecções entre Juventude, Saúde e Trabalho", elaborado pela Agenda Jovem Fiocruz e pela Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), ocorreu na útlima segunda-feira (11/12) no canal do YouTube da EPSJV/Fiocruz. O estudo, baseado em dados do Sistema Único de Saúde (SUS), revela que jovens entre 15 e 29 anos enfrentam diversos problemas de saúde relacionados a violência, condições de trabalho e saúde mental.
Segundo os resultados do levantamento, 30% dos acidentes de trabalho notificados entre 2016 e 2022 ocorreram entre jovens, especialmente entre homens. Além disso, a pesquisa aponta que as mulheres jovens são as principais vítimas de violência, principalmente na adolescência. Adolescentes entre 15 e 19 anos têm o dobro de ocorrências de violência comparados aos jovens entre 20 e 29 anos, sendo 73% das vítimas do sexo feminino.
Destaca-se que os transtornos mentais são a principal causa de internação entre homens de 15 a 29 anos, enquanto as mulheres empregadas com carteira assinada são as que mais relatam transtornos mentais relacionados ao trabalho.
O estudo revelou que 33,03% de todos os acidentes de trabalho notificados nesse período ocorreram entre jovens, totalizando 345,4 mil acidentes, sendo a maioria dos afetados do sexo masculino (78%). A pesquisa analisou dados da Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar Contínua (PNAD Contínua) e apontou que 70,1% dos jovens entre 18 e 24 anos estão inseridos no mercado de trabalho, com quase metade (43,6%) em situação de informalidade.
No aspecto da saúde mental, os transtornos foram a causa principal de internação entre homens de 15 a 29 anos. As mulheres jovens empregadas com carteira assinada são as que mais notificam transtornos mentais relacionados ao trabalho, resultando em afastamento temporário em 50% dos casos.
A pesquisa, que utilizou dados do SUS, Sistema de Informações Hospitalares (SIH-SUS) e Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), enfatiza a necessidade de políticas públicas de saúde voltadas para a juventude. Para os coordenadores do estudo, entender a juventude como um período de transição para a vida adulta é essencial para abordar suas necessidades específicas.