Jurista nega ter sido consultado em dossiê para golpe: 'Não conheço Cid'
Ives Gandra foi citado em documentos de Cid que apontam para suposta tentativa de golpe
Foto: Reprodução/Instagram
Após ter sido citado em documentos de Mauro Cid que apontam para tentativa de golpe de Estado, Ives Gandra da Silva Martins, doutor em direito, negou que tenha prestado consultoria para o ex-ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista ao Uol, o jurista informou que não contribuiu para ideais golpistas. O dossiê encontrado pela Polícia Federal no celular de Mauro Cid, segundo o Ives Gandra, foi redigido em maio de 2017, para solucionar as questões de um aluno do curso de Comando e Estado-Maior do Exército, para um projeto ordinário da disciplina.
Segundo o Uol, uma troca de e-mails entre o major e o jurista, as datas do conteúdo, que era idêntico ao que estava sendo usado por Cid, são de maio de 2017. O advogado disse que não viu nada nas respostas dele que possa ser considerado como favorável ao golpe de Estado, após a vitória do presidente Lula nas eleições de 2022.
O jurista teve alunos como o ex-vice-presidente e senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), Braga Netto, ex-candidato a vice na última chapa de Bolsonaro, e Tomás Paiva, comandante do Exército —os três são generais.
"Eu conheço a mentalidade deles, quando eu dizia com toda tranquilidade, que não havia risco de golpe. [...] Agora, desse documento, não sei onde é que o CID [pegou], eu não o conheço, eu acho que ele não fez o curso, se tivesse feito, ele já seria general", disse Gandra.