Justiça condena Caiado por abuso de poder político e cassa registro de aliado eleito, em Goiânia

O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) condenou, em primeira instância, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), por abuso de poder político e cassou o registro do prefeito eleito Sandro Mabel (União). A decisão determinou a inelegibilidade de ambos por oito anos. 

A juíza Maria Umbelina Zorzetti afirma que Caiado usou a sede do governo, o Palácio das Esmeraldas, para realizar eventos de campanha para Sandro Mabel. A vice de Mabel, Cláudia Lira (Avante), também foi condenada pelo tribunal.

A inelegibilidade de Caiado e Mabel foi pedida pelo Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral). A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) foi protocolada pela chapa do candidato adversário a prefeito de Goiânia, Fred Rodrigues (PL). 

Segundo o MP Eleitoral, suplentes de vereadores e lideranças políticas foram convidados por Mabel e Caiado para participarem de jantares no Palácio das Esmeraldas, nos dias sete e nove de outubro, logo após o primeiro turno do pleito. A decisão do TRE cita falas atribuídas ao governador.

“Vocês não estão aqui como pessoa física não, vocês estão aqui como líderes que vocês são e vocês colocaram seus nomes para disputar uma eleição municipal! Então se vista desta credencial e volte com muita humildade”, teria dito o governador. 

Desde o início das investigações, as defesas de Caiado e Mabel negaram irregularidades. Segundo Caiado, o MPE teria se pronunciado antes de ouvir as testemunhas e disse que todos os eventos eleitorais foram feitos fora da sede de governo. Mabel, por sua vez, disse que os jantares faziam parte da agenda do governador, sem ligação com o pleito.

O TRE-GO não detalhou quem vai assumir a prefeitura enquanto corre o processo contra Sandro Mabel. A equipe de Caiado não se posicionou publicamente para explicar como a decisão na gestão.