Justiça determina suspensão de redes de Hytalo Santos, exposto por Felca
TJ da Paraíba também determinou o afastamento imediato dos adolescentes que vivem com o influenciador

Foto: Reprodução/Redes sociais
O Tribunal de Justiça da Paraíba determinou, em decisão liminar, que Hytalo Santos tenha todos os perfis das redes sociais suspensas, com interrupção de monetização. Além disso, também determinou o afastamento imediato dos adolescentes que vivem com ele e a proibição de qualquer tipo de contato com os menores de idade.
A defesa de Hytalo ainda pode recorrer à decisão. A informação foi publicada pelo Ministério Público da Paraíba, que havia solicitado estas medidas ao TJ, na segunda-feira (11), por meio da promotora de Justiça Ana Maria França.
A Justiça também acatou outra recomendação, realizada em conjunto com o Gaeco (Grupo de Combate ao Crime Organizado), Ministério Público do Trabalho e a Polícia Civil, que solicitava que uma das empresas de Hytalo, que atua no ramo de rifas e sorteios, seja suspensa.
A recomendação foi encaminhada para a Lotep (Loteria do Estado da Paraíba). Isso porque os órgãos entenderam que a empresa fazia uso irregular de imagem de menores de 18 anos.
O influenciador é investigado pela Promotoria da Paraíba desde o ano passado sob suspeita de exploração de adolescentes e crianças. O caso viralizou após o youtuber Felca, em vídeo intitulado "Adultização", denunciar cenas de suposta exploração de crianças e adolescentes nas redes sociais.
O influenciador Hytalo Santos promove vídeos com adolescentes que envolvem dinâmicas em que os jovens se beijam, frequentam festas com consumo de bebidas alcoólicas e aparecem em danças sensuais. No vídeo, Felca alerta que o influenciador lucra com a sexualização juvenil.
Hytalo, que acumulava mais de 12 milhões de seguidores no Instagram — que foi desativado na última sexta-feira (8) — e 5 milhões no YouTube, foi procurado pelo e-mail, mas não retornou até a publicação desta reportagem.
Em outras ocasiões, ele já se defendeu sobre a investigação do Ministério Público pelas redes sociais e afirmou que mantém uma família não tradicional. "O pessoal aqui de casa é como se fosse uma família. Mas o pessoal não nos vê como família porque não somos uma família padrão ou tradicional", diz ele.
Ele ainda descreve que se trata de "uma ligação de muito amor e muito afeto". "A gente vai lá [à Promotoria] e explica tudo. As mães dos emancipados vão lá, dão a versão delas, como nos conhecemos, como essa família se constituiu."
A Folha de S.Paulo apurou que Hytalo alega às autoridades que os pais autorizam que ele tenha tutela dessas crianças e adolescentes. Ele afirma ainda que os matricula em escolas particulares e arca com os gastos educacionais e, em troca, produz os conteúdos para redes sociais. Hoje, apenas duas adolescentes viveriam com ele.