Justiça do RJ julga improcedente ação de Bolsonaro contra padre Julio Lancellotti por danos morais
Bolsonaro disse que sofreu ataque à sua honra e imagem quando ainda era deputado federal
Foto: Reprodução
A ação movida pelo presidente Jair Bolsonaro contra o padre Julio Lancellotti por danos morais foi julgada improcedente pela Justiça do Rio de Janeiro. Segundo Bolsonaro, o padre teria lhe feito ataques quando mencionou o nome dele durante uma missa, atingindo sua honra e imagem quando ainda era deputado federal.
Em um trecho da decisão, o juiz Marcelo Nobre de Almeida, da 7ª Vara Cível do Rio de Janeiro, diz que “(...) A despeito do discurso acentuado do réu, não se vislumbra que o mesmo tenha tido animus específico de injuriar ou ofender o autor. O que se verifica foi ter ocorrido uma tentativa de defesa mais veemente de uma outra visão dos temas que eram objeto da pregação e que são diametralmente opostos ao que é utilizado como bandeira pelo demandante”.
Bolsonaro ainda foi condenado a pagar as custas e os honorários do processo. A decisão é do dia 6 de novembro e o presidente ainda pode recorrer.
De acordo com Bolsonaro, o padre sabia estava sendo filmado, e acusou o presidente de “homofóbico, pessoa violenta e que defende o extermínio dos gays, além de defender a submissão da mulher perante os homens”.
O vídeo foi divulgado em redes sociais em março de 2017, às vésperas do Dia da Mulher.
Em sua defesa, o padre citou que a liberdade de imprensa, de pensamento e de manifestação de opinião - incluindo-se o direito de crítica – estão previstas na Constituição da República. Afirmou ainda serem notórias as posições “polêmicas, extremadas e duvidosas” de Bolsonaro e que não houve violação a direitos da personalidade, mas apenas “posição crítica a respeito de temas e manifestações objeto de declarações públicas do autor”.