Justiça quebra sigilo bancário de escritório de advocacia de Ricardo Salles e da mãe
Promotoria de SP investiga suposto enriquecimento ilícito do ministro entre 2013 e 2017
Foto: Reprodução/Internet
A 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo determinou, nesta quinta-feira (11), a quebra do sigilo bancário do escritório de advocacia do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da sua mãe, Diva Carvalho de Aquino. A decisão se dá no âmbito inquérito civil do Promotoria do Patrimônio Público de São Paulo que apura suposto enriquecimento ilícito de Salles entre 2013 e 2017.
Na época, Salles chefiou a Secretaria de Meio Ambiente do governo Geraldo Alckmin (PSDB). De acordo com o Ministério Público, o ministro movimentou, entre 2012 e 2017, R$ 2,8 milhões da conta de seu escritório de advocacia, Carvalho de Aquino e Salles Advogados, para sua conta pessoal em 58 transações. Considerando apenas o período em que integrou o governo de São Paulo, o valor é de R$ 2,75 milhões.
Ainda segundo o MP, os valores declarados pelo ministro no Imposto de Renda não são correspondentes às transações financeiras executadas por Salles neste período. O juiz Marcos de Lima Porta, responsável pelo inquérito, por sua vez, escreveu em sua decisão determinada no último dia 8.
"Por se tratar de medida cautelar antecedente, não há falar em estabilização da lide. Diante do relatório juntado pelo Ministério Público (fl. 796) e os argumentos por ele trazidos, defiro o pedido de inclusão no polo passivo de Carvalho de Aquino e Salles Advogados e Diva Carvalho de Aquino, ambos qualificados nos autos. Providencie a Serventia o necessário. Na linha dos argumentos constantes no V. Acórdão mais os argumentos trazidos pelo Ministério Público, decreto a quebra do sigilo bancário desses requeridos, providenciando-se a Serventia também o necessário, observando-se os itens "c" e "d" de fls. 764 e 765". Escreveu. Em suas redes sociais, Salles negou qualquer irregularidade.
“Lamentável o vazamento seletivo e criminoso de dados e petições, que vem tentando forjar uma falsa narrativa de supostas irregularidades sobre meu patrimônio e rendimentos”, escreveu. “Reitero que não há nenhum receio da investigação sobre os meus dados ou do meu escritório e tampouco da minha mãe e sócia. A Ordem dos Advogados será comunicada para acompanhar o caso, e as responsabilidades pelos abusos cometidos serão apuradas pelos meios adequados.”, afirmou.