Kit da Fiocruz detecta 12 bolsas de sangue infectadas com malária
Descoberta pode ter impedido que até 48 receptores de sangue tenham sido contaminados

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
O kit NAT Plus, desenvolvido e produzido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), cuja implantação foi iniciada em novembro de 2022, detectou no hemocentro do Rio de Janeiro, nesta semana, uma bolsa de sangue infectada com malária. Desde dezembro de 2022, quando o produto começou a ser implantado na hemorrede brasileira, já foram encontradas 12 bolsas de sangue infectadas pelo patógeno, sendo 6 delas na Região Norte, 2 no Nordeste e 4 no Sudeste, todas do Rio de Janeiro, área considerada não endêmica. Como cada bolsa pode alcançar até 4 pessoas, a descoberta pode ter impedido que 48 receptores de sangue tenham sido infectados.
Além de detectar malária, o kit NAT Plus também identifica os alvos HIV, hepatite B e hepatite C, proporcionando mais segurança às transfusões de sangue. Com o uso do kit, o período de impedimento à doação de sangue de pessoas que estiveram em áreas endêmicas para malária foi reduzido de 12 meses para 1 mês. A tecnologia também é indicada para amostras de doadores de órgãos e doadores falecidos em parada cardiorrespiratória, aumentando a proteção em transplantes.
A implantação do NAT Plus está prevista para ser concluída até 2024, com a disponibilização do kit e da plataforma de equipamentos nos 14 hemocentros públicos do Brasil.
Malária no Brasil
A eliminação da malária no Brasil até 2035 é uma das prioridades do Ministério da Saúde. A doença representa um grande desafio de saúde pública no país, com 99% dos casos concentrados na região amazônica e maior incidência em populações em vulnerabilidade social.
Em 2022, foram registrados 129,1 mil casos de malária no país, com uma redução de 8,1% em relação ao ano anterior.