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Levantamento da CPI da Covid aponta que 38 depoimentos apresentam potencial de falsos testemunhos

O ex-ministro Pazuello aparece no topo do ranking, com 15 declarações suspeitas

Por Da Redação
Ás

Levantamento da CPI da Covid aponta que 38 depoimentos apresentam potencial de falsos testemunhos

Foto: Reprodução/A Gazeta

A CPI da Covid no Senado mapeou, no último mês, ao menos 38 declarações contraditórias ou falsas de depoentes, a maioria delas foram feitas pelo ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. O levantamento é feito em cada sessão pela equipe do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e deve ser encaminhado ao Ministério Público (MP) e incluído no relatório final. As informações são do jornal O Globo.

O mapeamento começou a ser feito após o depoimento de Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social do governo. Ele negou declaração que havia dado em entrevista à revista Veja de que teria havido “incompetência” de Pazuello. A CPI chegou a discutir sua prisão em flagrante por falso testemunho, ideia descartada pelo presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM). Ju

As contradições e mentiras de integrantes do governo apontadas pela CPI reforçam, entre integrantes da comissão, a avaliação de que as autoridades foram treinadas e orientadas para tentar blindar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em seus depoimentos. Tanto Pazuello quanto o atual ministro Marcelo Queiroga alegaram ter autonomia para tomar decisões.

Pazuello, segundo o levantamento do relator, teria mentido em 15 ocasiões, o que deixa o ex-ministro no primeiro lugar no ranking de quem realizou mais declarações suspeitas. Na ocasião, ele disse que o Tribunal de Contas da União (TCU) teria feito ressalvas em relação à vacina da Pfizer, por exemplo, o que foi desmentido pela Corte. Sustentou que o Ministério não teve relação com a produção de cloroquina pelo Exército.

Já as declarações de Queiroga foram classificadas como contradição quatro vezes pela equipe de Renan. Disse não ter nomeado a médica infectologista Luana Araújo “por vontade própria”. A médica, por outro lado, afirmou que o ministro a avisou que seu nome teria sido vetado pela Casa Civil. Também foi apontada uma falsidade na sua declaração de que a realização da Copa América no Brasil não apresentaria riscos sanitários ao país.

O levantamento realizado até o momento é parcial e não inclui contradições de Wajngarten e de depoentes ouvidos antes dele, como os ex-ministros da Saúde Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta. Calheiros deve incluir as contradições e mentiras no relatório da CPI. Ainda não há definição sobre quais depoentes serão incluídos no rol de suspeita de falso testemunho.

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