Lewandowski tranca ação da Lava-Jato contra vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin
Defesa do vice-presidente alega que a investigação se baseava exclusivamente na delação premiada de ex-executivos da Odebrecht

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil | Valter Campanato/Agência Brasil
Ricardo Lewandowski, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu trancar uma ação penal da Lava-Jato eleitoral na qual era réu o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), sob acusação de supostos repasses de propina e caixa dois pela empreiteira Odebrecht.
A equipe de defesa de Alckmin realizou o pedido usando como base uma decisão anterior de Lewandowski que trancou ação da Lava-Jato contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e outros alvos, com justificativa de que as provas entregues pela Odebrecht não teriam valor legal para mover acusações.
De acordo com o ministro, os elementos de prova dos sistemas internos de pagamento de propina da Odebrecht, batizados como Drousys e My Web Day B, "encontram-se inapelavelmente maculados pela eiva da nulidade, não se prestando, em consequência, para subsidiar a acusação subscrita pelo Parquet".
Obras do metrô e Rodoanel
Segundo a denúncia do Ministério Público afirmava que Alckmin recebeu R$ 2 milhões da Odebrecht na campanha ao Palácio dos Bandeirantes em 2010 e R$ 9,3 milhões quando disputou a reeleição, em 2014.
Investigadores afirmam que além da delação de ex-executivos da Odebrecht, também foram obtidas provas em sistemas de informática e extratos telefônicos. Os crimes teriam sido cometidos como contrapartidas em relação às obras do Metrô e do Rodoanel, anel rodoviário que liga diversas estradas no estado.