Litoral baiano recebe as baleias jubartes no mês de julho

Inverno e praia na Bahia é uma combinação perfeita! Não para os banhistas, mas para os gigantes do mar, as baleias, e, em especial, as jubartes, que saem da Antártida, percorrem o Oceano atlântico até chegar ao Brasil. E como não podia ser diferente, é na Bahia que elas aparecem para se reproduzirem, amamentar e curtir os primeiros momentos de seus filhotes.

As águas quentes e tranquilas de todo litoral baiano atraem os mamíferos, principalmente na região do Sul da Bahia, em Abrolhos. O cenário é surreal e deslumbrante, o aquário real onde pode-se apreciar de perto os saltos que celebram as boas vindas, tanto das procriadoras quanto dos filhotes que ali comemoram seus primeiros momentos de vida.

A estimativa é que durante a temporada de reprodução das jubartes, entre os meses de julho e outubro, cerca de 20 mil baleias passem pelo litoral baiano, sobretudo, na região de Praia do Forte, que fica 80 km distante de Salvador, e, principalmente no arquipélago de Abrolhos e Caravelas, no Sul da Bahia. A estimativa é do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos em parceria com Instituto Baleia Jubarte.

As baleias passam o inverno no Brasil pelo fato de que neste período, na Antártida, que é o seu habitat natural e de alimentação, o dia fica curto, diminui a produtividade e a luz; os alimentos ficam mais escassos e as águas ficam muito mais frias. Já no verão o dia se torna longo, sobretudo grande produtividade, muita luz e muito alimento. Entre os meses de julho e novembro as baleias migram para o Brasil em busca das águas mais quentes, passam o período de reprodução, amamentação e cuidados com os filhotes. Elas se concentram em Abrolhos, em grupos competitivos, onde os machos ficam em busca das fêmeas. Em novembro as baleias retornam para Antártica e passam toda temporada em seu habitat.

As baleias jubartes são animais dóceis, que chegam a medir 16 metros de comprimento e a pesar até 40 toneladas. De acordo com o Projeto Baleia Jubarte, em 2018 foram registrados 101 encalhes ao longo da costa brasileira. A previsão para este ano é de que os registros de encalhe sejam entre 102 e 131 casos, sendo que são raros os casos em que as baleias encalham vivas nas praias. Os pesquisadores alertam ainda que vários casos de encalhe e morte de jubartes ocorrem por conta dos impactos humanos. Dentre os principais problemas enfrentados pelos animais estão as redes de pesca e a colisão nas embarcações.

Para criar estratégias de prevenção dos encalhes das jubartes, o projeto tem uma equipe especializada que faz necropsias nas baleias, para ajudar a determinar a causa das mortes. Além disso, o projeto também faz atividades educativas e culturais. Para ajudar os animais encalhados, o Projeto Baleia Jubarte tem atuação com telefones de emergência, que também recebe ligação a cobrar. 

- Praia do Forte: (71) 3676-1463 (em horário comercial, de segunda a sexta-feira) e (71) 981542131 (WhatsApp 24h)

- Caravelas: (73) 3297-1340 (em horário comercial, de segunda a sexta-feira) e (73) 98802-1874 (WhatsApp 24h)