Lula e ministros mantêm silêncio sobre denúncia contra Bolsonaro
Lula foi questionado por jornalistas acerca da denúncia contra seu rival político, mas esquivou de responder

Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esquivou de comentar sobre a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) feita pela PGR (Procuradoria-Geral da República) nesta terça-feira (18).
Bolsonaro foi denunciado ao STF (Supremo Tribunal Federal) pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, sob acusação de liderar uma tentativa de golpe de Estado, após perder as eleições de 2022, para impedir a posse do petista.
Nesta quarta (19), Lula foi questionado por jornalistas acerca da denúncia contra seu rival político, mas esquivou de responder, justificando que precisava receber o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, no Palácio do Planalto. "Tenho que atender o primeiro-ministro de Portugal", disse.
Lula cumpre uma série de agendas ao lado da autoridade portuguesa nesta quarta. Na terça, recebeu o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.
Assim como Lula, os ministros do governo que acompanharam a cerimônia de chegada de Montenegro no Palácio do Planalto também evitaram se posicionar sobre a denúncia contra Bolsonaro.
Por meio de nota, o Ministério da Defesa se manifestou sobre o tema, referindo-se à denúncia como "importante para distinguir as condutas individuais e a das Forças Armadas".
"A avaliação do ministro José Mucio Monteiro é de que a apresentação da denúncia é mais um passo para se buscar a responsabilização correta, livrando as instituições militares de suspeições equivocadas", diz a nota. O ministro não esteve presente no evento desta manhã.
Interlocutores do presidente apontam que a orientação dentro do governo é para que ministros e o próprio Lula evitem se manifestar sobre a denúncia. O argumento é que se trata de um processo judicial e que o atual governo tem pouco a ganhar, entrando em polêmica.
Participaram da cerimônia nesta quarta o vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros como Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Camilo Santana (Educação), Sidônio Palmeira (Secom), Esther Dweck (Gestão), Ricardo Lewandowski (Justiça), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e Marina Silva (Meio Ambiente).
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, também acompanhou a cerimônia.