Lula participa de encontro de países latino-americanos e se reúne com Nicolás Maduro nesta sexta (1º)
Evento acontece em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas.
Foto: Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa, nesta sexta-feira (1º), da abertura da 8ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas.
Durante a visita, Lula também vai se reunir de forma bilateral com o ditador venezuelano Nicolás Maduro e com o presidente boliviano Luis Arce.
A cúpula da Celac acontece em meio à crise entre Guiana e Venezuela devido ao território de Essequibo, disputado pelos dois países. O Brasil está atuando como mediador nesse conflito. Em resposta a questionamentos, Lula negou ter discutido o tema durante a reunião com o presidente guianês, Irfaan Ali, e também afirmou que não pretende abordar o assunto com Maduro.
"Não discutimos. Por quê? Não é o momento de discutir. Era uma reunião bilateral para discutir desenvolvimento, investimento. O presidente Irfaan, assim como o presidente Maduro, sabe que o Brasil está disposto a conversar com eles a hora que for necessário, quando for necessário, porque queremos convencer as pessoas de que é possível, através de muito diálogo, a gente encontrar a manutenção da paz", argumentou.
"O Brasil vai continuar empenhado para que as coisas aconteçam na maior tranquilidade possível. Se em 100 anos não foi possível resolver esse problema, é possível que a gente leve mais algumas décadas. A única coisa que eu tenho certeza é que a violência não resolverá esse problema, criará outros problemas", acrescentou.
O presidente brasileiro destacou ainda que o assunto não pode ser "esquecido" e que vai trabalhar para que a crise seja motivo de "muita conversa e muito debate".
Disputa territorial
O conflito pela soberania do território de Essequibo se intensificou após a Venezuela realizar um referendo em 3 de dezembro do ano passado, no qual mais de 95% dos participantes aprovaram a criação de uma província em Essequibo, uma área que representa dois terços da Guiana, e concederam cidadania venezuelana aos 125 mil habitantes da região em disputa.
Desde então, a iminência de guerra tem preocupado o governo brasileiro, que chegou a reforçar a fronteira na região de Roraima. O Brasil também tem atuado para auxiliar na resolução do impasse.