“Luta antimanicomial garantirá debate integrado no SUS", diz nova ministra da Saúde
Nísia Trindade é a primeira mulher a chefiar a pasta no Governo Federal
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A nova ministra da Saúde, a pesquisadora Nísia Trindade, disse em discurso de posse nesta segunda-feira (2), que a gestão será pautada pela ciência e pelo diálogo com a comunidade científica. Ela é a primeira mulher a chefiar o Ministério da Saúde.
Nísia chega ao novo cargo com promessas de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), atenção à vacinação e diálogo com a comunidade científica. Ela liderou a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) por cinco anos.
A cerimônia de posse teve a presença de oito ministros do novo governo. Entre os presentes, estavam Wellington Dias, do Desenvolvimento Social, e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais. Do governo de Jair Bolsonaro, participou do evento o ex-ministro da Saúde, Nelson Teich.
Como a principal prioridade, Nísia colocou a retomada da coordenação do SUS, citando o fortalecimento com recursos necessários, ações estruturantes e recuperação do ministério na coordenação do sistema. Segundo ela, a aprovação da PEC da Transição foi crucial para garantir o financiamento das ações prioritárias elencadas no relatório final do grupo de transição da saúde. São dez:
Gestão e fortalecimento do SUS;
Reestruturação do Programa Nacional de Imunização (PNI);
Fortalecimento da resposta à Covid-19;
Reduzir filas para consultas, exames e procedimentos;
Fortalecer a atenção básica;
Fortalecer o programa de saúde da mulher, criança e adolescente;
Fortalecer o programa de saúde indígena;
Resgatar o programa Farmácia Popular e a assistência farmacêutica no SUS;
Retomar o complexo econômico industrial da saúde.
Segundo a ministra, para os próximos dias, também foi garantida a revogação de portarias e notas técnicas que “ofendem a ciência, os direitos humanos e os direitos sexuais reprodutivos”.
Questões raciais e saúde mental também estão em pauta, e a nova ministra foi aplaudida fortemente pelo auditório ao firmar compromisso com o combate ao racismo estrutural e a luta antimanicomial. Entre as afirmações, ela informou que a agenda da pasta voltará a conversar com a agenda psiquiátrica brasileira. “A luta antimanicomial irá garantir um debate integrado no SUS".