Macron nomeia François Bayrou como primeiro-ministro da França

O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou François Bayrou, de centro, como o novo primeiro-ministro do país. O comunicado foi emitido nesta sexta-feira (13) pelo gabinete de Macron.

Na França, o presidente e o primeiro-ministro governam em conjunto, mas são eleitos em pleitos separados. O presidente se elege por votação direta, enquanto o premiê é indicado pelo partido que vence as eleições parlamentares. Há ainda a prerrogativa do presidente apontar um primeiro-ministro alheio ao nome indicado pelo Parlamento.

François Bayrou substitui Michel Barnier, que estava no poder há apenas três meses, mas renunciou na última semana após deputados da extrema direita e da esquerda se unirem para aprovar uma moção de censura contra ele.

Macron já havia optado por indicar Barnier em setembro, ignorando o resultado das eleições parlamentares de junho, que havia dado vitória à aliança da esquerda.

A esquerda se disse contrária à nomeação e afirmou que vai barrar o governo de Bayrou no Parlamento. Já o líder da extrema direita, Jordan Bardella, disse que fará as mesmas restrições que fez com o governo de Barnier.

Espera-se que o novo primeiro-ministro também apresente sua lista de ministros nos próximos dias. Mas a proximidade com Macron, que atualmente enfrenta uma forte crise de impopularidade, poderá dificultar o novo governo.

A prioridade de Bayrou será conseguir passar no Parlamento uma lei especial para aprovar o Orçamento de 2024, em meio a uma árdua batalha que os deputados já travam sobre a mesma matéria de 2025, que levou à queda de Barnier.

Perfil

Bayrou é um político veterano da ala centrista francesa. Atualmente prefeito da cidade de Pau, nos Pirineus, sudoeste da França. Ao lado de Barnier, é o premiê mais velhos da história moderna do país, com 73 anos.

Ele foi candidato às eleições presidenciais francesas em 2002, 2007 e 2012. Em 2017, Bayrou decidiu não concorrer à presidência pela quarta vez e apoiou Macron. 

De 1993 a 1997 foi ministro da Educação por três governos sucessivos. Bayrou foi nomeado como ministro da Justiça de Macron, mas renunciou algumas semanas depois, em meio a uma investigação sobre uma suposta contratação fraudulenta de assistentes parlamentares por seu partido. Ele foi inocentado das acusações de fraude neste ano.

Desde setembro de 2020, Bayrou exerce o papel de Alto Comissário para o Planeamento após ser nomeado por Macron. A função tem como objetivo planejar ações políticas a longo prazo.