Mais de 1,7 mil jornalistas foram mortos nos últimos 20 anos
Levantamento foi divulgado pela ONG Repórteres sem Fronteiras
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Nos últimos 20 anos, mais de 1,7 mil jornalistas foram assassinados no planeta trabalhando ou em razão das funções. Os dados são da organização não governamental (ONG) Repórteres sem Fronteiras (RSF), divulgados na sexta-feira (13).
Em 2024, 54 jornalistas foram mortos, sendo 52 homens e duas mulheres. Segundo Artur Romeu, diretor do escritório da RSF para a América Latina, foi o ano com o maior número de casos de jornalistas mortos no contexto de conflitos armados.
Até 1º de dezembro, 31 jornalistas foram a óbito em zonas de conflito, especialmente na Palestina – onde morreram 16 profissionais que cobriam o conflito entre Israel e o Hamas. As forças armadas israelenses são consideradas pela ONG como a “principal agressora da liberdade de imprensa.”
A RSF anotou que, além dos assassinatos de jornalistas na Palestina, foram mortos profissionais da mídia em diferentes partes do globo: Paquistão (sete), Bangladesh (cinco), México (cinco), Sudão (quatro), Birmânia (três), Colômbia (dois), Líbano (dois), Ucrânia (dois), Chade (um), Indonésia (um), Iraque (um) e Rússia (um).
O balanço contabiliza ainda que 550 jornalistas estão ou estiveram presos neste ano por causa da profissão – 473 homens e 77 mulheres, crescimento de 7,2% dos casos em relação a 2023 (513 profissionais).
O país que mais tem jornalistas presos é a China (124), seguida da Birmânia (61) e Israel (41). A maioria dos repórteres presos (462) é do mesmo país que estão encarcerados. Quase 300 jornalistas estão presos sem julgamento, de forma preventiva.
Há 55 jornalistas feitos refém (52 homens e três mulheres). Quase a totalidade (53) é formada por cidadãos do país onde foram sequestrados. 38 casos foram registrados na Síria, e o principal agente sequestrador do mundo é o Estado Islâmico (25).