Mais de 1 milhão de brasileiros tiveram estudos afetados pelas crises climáticas, aponta Unicef
Enchentes no RS e seca na Amazônia foram os principais fatores; 250 milhões foram atingidos globalmente
Foto: Alexandre Campbell/IMPA
Um estudo da Unicef apontou que cerca de 1,17 milhão de brasileiros tiveram os estudos interrompidos por conta de eventos climáticos em 2024. Com o material nomeado de "Aprendizagem interrompida: Visão global das interrupções escolares relacionadas ao clima em 2024", o órgão analisou o contexto de dois dos principais fatores do impacto climático na área educativa: as enchentes no Rio Grande do Sul e a seca na região amazônica.
Se considerar apenas as enchentes, mais de 2 mil escolas foram afetadas na rede estadual, deixando de ter aulas para 714 mil estudantes no período. Já na seca amazônica foram afetadas cerca de 1,7 mil escolas, localizadas em mais de 100 áreas indígenas e impactando 436 mil alunos.
Levando ao nível global, 250 milhões de estudantes foram atingidas pelas crises climáticas, sendo 74% deles em países de rendimento baixo e médio-baixo. Conforme o resultado global do estudo do órgão, as ondas de calor foram principais responsáveis pela paralisação das escolas, sendo a região mais afetada o Sul da Ásia, com 128 milhões de alunos atingidas.
O órgão ressalta que o fechamento das escolas reduz significativamente o retorno à sala de aula, o que contribui para o risco de trabalho e casamento infantil.