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Mais de 200 ex-funcinários do governo são mortos no Afeganistão

Os principais alvos desses ataques têm sido ex-membros do exército, polícia e serviços de informação

Por Da Redação
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Mais de 200 ex-funcinários do governo são mortos no Afeganistão

Foto: Divulgação

Um relatório da ONU revelou que mais de 200 execuções extrajudiciais de ex-funcionários governamentais e das forças de segurança ocorreram no Afeganistão desde que os talibãs retomaram o controle do país.

Os principais alvos desses ataques têm sido ex-membros do Exército, polícia e serviços de informação. A Missão de Assistência da ONU no Afeganistão documentou cerca de 800 violações dos direitos humanos contra esses indivíduos desde agosto de 2021 até junho de 2023. 

A tomada do poder pelos talibãs coincidiu com a retirada das tropas dos EUA e da Otan do país após duas décadas de conflito. As forças afegãs recuaram frente ao avanço dos talibãs, levando à fuga do ex-presidente Ashraf Ghani.

"Indivíduos foram detidos pelas forças de segurança de fato (talibã) do país, muitas vezes brevemente, antes de serem mortos. Alguns foram levados para centros de detenção e mortos enquanto estavam sob custódia, outros foram levados para locais desconhecidos e mortos, os seus corpos foram abandonados ou entregues a familiares", afirmou o relatório da ONU.

O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, disse, em nota, que o relatório "apresenta imagem preocupante do tratamento de indivíduos ligados ao antigo governo e às forças de segurança".

"Ainda mais, dado que lhes foi garantido que não seriam alvo, é uma traição à confiança do povo", disse Turk.

O alto-comissário da ONU fez um apelo aos governantes talibãs no Afeganistão, instando-os a respeitarem as obrigações do direito internacional dos direitos humanos, evitando novas violações e responsabilizando os perpetradores de crimes.

Desde a retomada do poder pelos talibãs, não houve uma oposição significativa e eles conseguiram evitar divisões internas. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Afeganistão negou o relatório, alegando desconhecimento de violações dos direitos humanos por parte das autoridades ou funcionários talibãs.

"Assassinatos sem julgamento, detenções arbitrárias, prisões, tortura e outros atos contra os direitos humanos cometidos pelos trabalhadores das instituições de segurança do Emirado Islâmico contra funcionários e forças de segurança do governo anterior não foram relatados", afirmou em comunicado do MNE afegão.

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