Mais pobres se isolam menos em busca de trabalho, mostra pesquisa
Brasileiros que não trabalha home-office é quase o dobro de quem mantém o serviço á distância
Foto: Reprodução/ Tribuna da Bahia
Com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19), parte das empresas optaram pelo trabalho remoto, mas o mesmo não acontece com os mais pobres que não conseguem cumprir o isolamento social 100%, porque precisam sustentar suas famílias. O Instituto FSB Pesquisa, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria, realizou um levantamento que mostra que a proporção de brasileiros que não tem a opção de trabalhar em home office é mais que o dobro do que conseguem manter o serviço à distância.
Entre os entrevistados, a proporção de pessoas em home office cai para 7% e 8% entre famílias que ganham até um ou dois salários mínimos, respectivamente. A taxa de isolamento total também diminui com a renda: é 5% entre quem ganha entre um e dois salários, um terço da reclusão entre os mais ricos.
sobre as pessoas que responderam a pesquisa e estão saindo de casa para trabalhar, a maioria (88%) responde que não pode exercer seu trabalho em casa. Entre aqueles que seguem saindo para ir ao trabalho, mesmo que não seja inevitável, a maioria diz que gostaria de trabalhar em casa.
O levantamento também mostra que a quarentena é maior entre mulheres. Entre elas, o isolamento total é de 12%, e de apenas 6% entre os homens. Da mesma forma, 10% dos homens dizem que nada mudou em sua rotina desde o início da pandemia, enquanto só 5% das mulheres têm a mesma resposta. Muitas vezes, o motivo é trabalho: 39% dos homens dizem que saem para trabalhar, e apenas 18% das mulheres fazem o mesmo.
Entre os entrevistados, 86% dizem ser favoráveis às medidas de isolamento, e 11% são contrários. Entre aqueles que são contra o fechamento, a predominância é de homens com idade entre 41 e 59 anos, e com renda familiar entre um e dois salários mínimos.