Mais uma vítima denuncia padre acusado de crimes sexuais contra crianças no Rio de Janeiro
Jovem de 20 anos relata abusos sofridos quando tinha apenas 11 anos
Foto: Reprodução
O padre Ramon Guilherme Pitilo da Silva Ramos, que já havia sido preso no dia 24 de julho sob a suspeita de crimes sexuais contra duas crianças, enfrenta agora uma nova acusação. Um jovem, atualmente com 20 anos, relatou que também foi vítima do sacerdote quando tinha apenas 11 anos.
Mensagens trocadas entre a vítima e o padre revelam as investidas do religioso para manter contato sexual com o jovem, além dos encontros entre os dois. Os contatos íntimos entre o jovem e o sacerdote ocorriam dentro do Seminário Arquidiocesano de São José, localizado no Rio Comprido, zona norte do Rio de Janeiro, onde o rapaz fazia acompanhamento vocacional para se tornar seminarista.
De acordo com os relatos da vítima, os abusos aconteciam em locais como o banheiro e as escadas do edifício do seminário. Além disso, os dois chegaram a trocar fotos íntimas. O jovem revelou que Ramon Pitilo se aproximou dele aproveitando a amizade que mantinham. "Em 2017, quando entrei no seminário, mantivemos a amizade. Eu tinha 14 anos e estava me descobrindo sexualmente. Acabamos nos aproximando e conversamos sobre sexo. Algumas fotos íntimas foram trocadas", disse o jovem ao jornal.
As mensagens compartilhadas entre o então adolescente e o padre descrevem detalhes dos abusos. Em uma das mensagens, o jovem escreveu: "Beijo mal, aos poucos vou aprender". A resposta de Ramon Pitilo foi: "Você está de brincadeira... você beija muito bem s2".
Os encontros entre os dois chegaram a ser marcados no banheiro da capela, mas o jovem expressou preocupação com o local. Mesmo assim, o sacerdote respondeu que teria "feito hoje mesmo". Apesar dos abusos recorrentes, o padre pediu ao jovem que rezasse por ele, alegando ser alvo das investidas do "demônio" contra a "paz de espírito" dele.
Após as novas acusações e a prisão do sacerdote, a Arquidiocese do Rio de Janeiro afastou Ramon Pitilo e iniciou uma investigação interna. Enquanto isso, a defesa do padre nega todas as denúncias de abuso sexual, afirmando que está apresentando ao processo evidências de que o sacerdote jamais agiu dessa maneira.