'Mandei mensagem para Bolsonaro e não fui respondido', diz Lira sobre votação da reforma tributária

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que enviou uma mensagem para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para falar da reforma tributária, mas que não foi respondido. A declaração foi feita nesta quinta-feira (6) durante coletiva de imprensa. 

“Mandei mensagem e não fui respondido. Não liguei e não consegui falar”, declarou Lira. O deputado ainda disse que não falaria sobre questões políticas, pela reforma tributária ser uma matéria técnica.

O presidente da Câmara defende que a reforma tributária é boa para o país, independente do governo. Bolsonaro, por sua vez, se manifesta contra, e afirma que a proposta de emenda à constituição (PEC) é do Partido dos Trabalhadores (PT).

Na quarta-feira (5), o ex-presidente pediu que os parlamentarem votem contra a proposta. "Aqueles que se elegeram com nossa bandeira de ‘Deus, Pátria, Família e Liberdade’, votem contra a PEC", disse. 

Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre a fala de Lira. 

Votação

Arthur Lira (PP-AL) descartou, nesta quinta-feira (6), a possibilidade de adiamento da votação da reforma tributária, afirmando que o tema está seguro e amplamente discutido. Ele também declarou que  “quem está aventando essa possibilidade, creio que não irá votar a favor do tema, nem agora e nem em agosto”.

Lira assegurou que a votação será concluída ainda no dia de hoje, com a possibilidade de um segundo turno caso haja votos suficientes. Em entrevista coletiva à imprensa antes de retomar a discussão no plenário, o presidente da Câmara ressaltou que não entraria em questões políticas e enfatizou a importância de não politizar um tema tão relevante como a reforma tributária.

O deputado também comentou as mudanças propostas pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em relação ao Conselho Federativo. Ele esclareceu que o Conselho não é um órgão do governo e que os recursos não serão direcionados para a União, mas sim para o próprio Conselho, que será responsável por distribuí-los aos entes federativos de acordo com os critérios estabelecidos. Lira destacou a importância de um órgão burocrático, fiscalizado e transparente, com gestão em diversas etapas.

O presidente da Câmara ressaltou que, caso a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seja aprovada em primeiro turno, ela seguirá para o Senado, onde passará por amplo debate e poderá sofrer novas modificações. Isso fará com que o projeto retorne à Câmara. Lira enfatizou que nada é finalístico e que o Brasil perde uma oportunidade caso não haja quórum suficiente para a votação.