• Home/
  • Notícias/
  • Bahia/
  • Manifestação por soltura de líder indígena Pataxó é encerrada após 36h de bloqueio na BR-101, extremo sul da Bahia; ato gerou 30 km de engarrafamento

Manifestação por soltura de líder indígena Pataxó é encerrada após 36h de bloqueio na BR-101, extremo sul da Bahia; ato gerou 30 km de engarrafamento

Protestantes realizavam ato contra prisão de liderança indígena no dia 2 de julho

Por Da Redação
Ás

Manifestação por soltura de líder indígena Pataxó é encerrada após 36h de bloqueio na BR-101, extremo sul da Bahia; ato gerou 30 km de engarrafamento

Foto: Reprodução/g1 | redes sociais

A manifestação organizada por indígenas em um trecho da BR-101, no extremo sul da Bahia, foi encerrada no final da tarde de terça-feira (8), após 36 horas de interdição da pista. A informação foi divulgada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

O protesto começou por volta das 8h30 de segunda-feira (7) e só foi finalizado às 16h30 de terça, após ajuda de um negociador. Os manifestantes realizavam o ato contra a perseguição a lideranças da comunidade indígena no local.

Durante a manifestação, o congestionamento chegou a passar de 20 km, na altura de Itamaraju, nas proximidades da entrada do Parque Nacional do Monte Pascoal. Uma empresária, que conduzia um caminhão, tentou aproveitar  uma brecha no bloqueio feito pelos manifestantes para ultrapassar a via, mas teve o veículo depredado e queimado após os manifestantes enxergarem a atitude dela como um risco à segurança dos presentes.

O ato tinha o intuito de solicitar a soltura de Welington Ribeiro de Oliveira, o cacique Suruí Pataxó, preso em uma ação da Polícia Federal (PF) com a Força Nacional de Segurança, na última semana.

A PRF informou que a manifestação ocorreu de maneira pacífica, e detalhou que a empresária envolvida no caso de violência foi identificada como Elaine Tschaen Schneidem, de 40 anos. Ela foi retirada do veículo antes da depredação e embora tenha ficado visivelmente abalada, mas sem ferimentos aparentes.

Os policiais ainda indicam que a empresária teve o rosto marcado com urucum, uma tinta vermelha feita com sementes do fruto do urucuzeiro. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ela conta que tentou passar pela pista após ver outros carros fazerem o mesmo, mas foi surpreendida pelos indígenas que, segundo ela, bateram no vidro do veículo e o atingiram com lanças, além de terem quebrado o celular dela.

Conforme divulgado pela Polícia Civil (PC), a mulher registrou boletim de ocorrência pelos crimes de dano e ameaça.


Cacique preso

O cacique Suruí Pataxó e outras duas pessoas foram presas, na quarta-feira (2), após serem flagrados com armas e munições, no território indígena de Barra Velha, zona de conflitos agrários, localizada em Porto Seguro, cidade no extremo sul da Bahia.

A Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), que representa o grupo, repudiou o ato e disse que o líder indígena foi preso injustamente, pois, segundo a Apoinme, ele era alvo de ameaças de morte há anos, e um defensor de direitos humanos.

O Conselho de Caciques do Território Indígena Barra Velha de Monte Pascoal informou, na sexta-feira (4), que a abordagem que levou a prisão do cacique foi conduzida sem mandado de prisão, com motivação "claramente política e persecutória", e com o objetivo de incriminar o cacique.

O órgão ainda denuncia que os outros três presos são adolescentes e que eles e a liderança pataxó foram torturados física e psicologicamente durante deslocamento. Conforme detalhado, os policiais teriam realizado cinco paradas durante o percurso a delegacia, onde foram realizadas diversas agressões verbais e ameaças.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública se pronunciou sobre o caso e afirmou que a Força Nacional atua em casos de conflitos agrários com foco na preservação da vida, respeito à cultura, aos direitos e à integridade dos povos originários.

Segundo o órgão, a importância das lideranças tradicionais é reconhecida, e ressaltou que segue à disposição para o diálogo com todas as comunidades envolvidas.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:redacao@fbcomunicacao.com.br
*Os comentários podem levar até 1 minutos para serem exibidos

Faça seu comentário