Marco temporal: Angelo Coronel é o único senador baiano a votar contra o governo
Ele integra a chamada bancada do agronegócio
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Eleito na dobradinha PT e PSD, Angelo Coronel foi o único senador baiano a votar nesta quinta-feira (14) pela rejeição do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto do marco temporal. Ele integra a chamada bancada do agronegócio, contrária a ampliação de demarcações de terras indígenas no país.
Na Bahia, Coronel foi citado em delação da desembargadora afastada Sandra Inês Rusciolelli, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), e do filho dela, Vasco Rusciolelli. Na época presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, ele teria atuado na intermediação de acordos em troca de propina no âmbito da Operação Faroeste, que apurou o maior esquema de vendas de sentenças judiciais na Bahia para permitir a grilagem de terras.
O acordo foi homologado pelo Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos Possessórios da Região Oeste,instância judicial criada dez dias antes da assinatura do acordo pela na época presidente do TJ-BA, desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, presa e denunciada na Faroeste.
Segundo o Diário Oficial da época, as justificativas para criação do centro judiciário foram ofícios enviados à Corte pelo gabinete do então governador Rui Costa (PT) e pelo Legislativo estadual, então comandado por Coronel. O senador negou as acusações da delação.
Em 2018, antes da operação Faroeste, Coronel chegou a fazer campanha pela eleição do Cacique Aruã, da Aldeia Pataxó Coroa Vermelha. A principal pauta do líder indígena - hoje coordenador regional da FUNAI no Sul da Bahia - era a campanha contra o Marco Temporal em defesa da saúde, educação e território dos povos indígenas.